Polícia do RS prende hacker que ameaçou Explodir o STF e investiga possível ligação com autor do atentado em Brasília
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu um hacker de 36 anos nesta quinta-feira, suspeito de ameaçar com bombas o Supremo Tribunal Federal (STF) no final de 2022, antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com a delegada Vanessa Pitrez, o suspeito trabalhava com Tecnologia da Informação (TI) e fazia parte de grupos de extrema direita na dark web, um espaço oculto da internet acessado por navegadores não convencionais.
As autoridades estão investigando se há ligação entre o hacker e Francisco Wanderley Luiz, um chaveiro de 59 anos que lançou explosivos em frente ao STF e se explodiu na noite de quarta-feira. O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, afirmou que existem “grupos extremistas ativos” que exigem uma “reação enérgica”.
A delegada confirmou que a PF entrou em contato sobre o caso, e uma fonte da PF mencionou que estão verificando todos os vínculos do homem-bomba.
— Apreendemos muitos equipamentos eletrônicos que serão minuciosamente analisados. Daí veremos se há de fato alguma relação — disse a delegada da Polícia Civil gaúcha.
O hacker foi preso em Jundiaí, no interior de São Paulo, e já estava sendo monitorado desde o final de 2022. Os investigadores suspeitam que ele seja o autor de um e-mail enviado ao STF e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ameaçando explodir o Supremo.
O e-mail, enviado em dezembro de 2022, avisava que “explodiriam o STF com todos dentro” e afirmava que a ameaça vinha de um “grupo de brasileiros, patriotas, que não irão aceitar o golpe”, mencionando que possuíam “aproximadamente 20 kg de explosivo PETN” e estavam “prontos e instruídos a usar”.
Em uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira, o diretor-geral da PF afirmou que as explosões na Praça dos Três Poderes não podem ser tratadas como um “fato isolado” e que a PF está procurando terceiros que possam ter ajudado financeiramente ou incentivado o chaveiro a atacar os explosivos no STF.