Ato esvaziado exige a prisão de Bolsonaro na Avenida Paulista
Manifestantes realizaram atos em várias cidades nesta terça-feira (10) pedindo a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e se opondo à anistia para os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro e outros ataques à democracia. Convocados por movimentos sociais e partidos de esquerda, os protestos tiveram baixa adesão.
Em São Paulo, um grupo se reuniu em frente ao Masp, na avenida Paulista, no final da tarde, apesar da chuva em alguns momentos. Os organizadores já esperavam uma participação reduzida, devido ao ato ocorrer durante a semana e no fim do ano, mas destacaram a importância de manter o tema em evidência.
A data foi escolhida por ser o Dia Internacional dos Direitos Humanos. Os protestos foram marcados no mês passado, após a Polícia Federal indiciar Bolsonaro e mais 36 pessoas na investigação sobre a trama golpista após a vitória eleitoral do presidente Lula (PT) em 2022. O grupo na avenida Paulista marchou em direção à rua da Consolação, mas uma faixa permaneceu liberada para o trânsito, que não foi interrompido.
Com o lema “Sem anistia! Prisão para os golpistas!”, as mobilizações também abordaram outras questões para atrair mais público, como o fim da escala de trabalho 6×1, a taxação dos super-ricos e a defesa do aborto legal, em oposição à proposta em tramitação na Câmara dos Deputados.
Na capital paulista, cartazes contra a violência policial foram exibidos, enquanto o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado de Bolsonaro, enfrenta uma crise na segurança pública após denúncias de abusos por policiais militares. Manifestantes pediram o fim das chacinas e do genocídio da juventude negra. Grupos também se reuniram em Brasília, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Uma prévia divulgada pela organização apontou mobilizações em 42 cidades pelo país e um protesto na Itália.
A convocação foi liderada pelas frentes Povo sem Medo e Brasil Popular, que reúnem movimentos sociais e coletivos. Participaram também organizações como CUT (Central Única dos Trabalhadores), MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), UNE (União Nacional dos Estudantes) e Coalizão Negra por Direitos.
Bandeiras de PT, PSOL, PC do B e UP foram agitadas nas concentrações pelo país. Ao apoiar os atos, o PT publicou uma convocação a todos os defensores da democracia para irem às ruas exigir a punição da organização criminosa liderada por Bolsonaro.