Lula quer descobrir o culpado pela disparada do ovo e diz que “brasileiros vão voltar a comer picanha”

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (14/3) que deseja identificar quem “passou a mão no direito de comer ovo”, referindo-se ao aumento no preço do alimento no início deste ano. Para Lula, o aumento não tem justificativa plausível.

O presidente argumentou que nem as altas temperaturas nem o crescimento das exportações, apontados por produtores como razões para o aumento, explicam o ocorrido. Ele destacou que o governo está “em uma briga tremenda” para conter a inflação dos alimentos.

“Estamos enfrentando um problema com alimentos, porque vocês sabem que o ovo está caro. E, até hoje, não encontrei uma explicação”, declarou Lula durante a entrega de ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em Sorocaba, São Paulo.

Lula apresentou dados para reforçar sua análise. Em janeiro de 2023, o preço da caixa com 30 dúzias de ovos era R$ 144,15. Em janeiro de 2024, caiu para R$ 143,09. No entanto, em janeiro deste ano, voltou a R$ 144,05, mas subiu para R$ 210 em fevereiro. “Quero descobrir quem foi o ladrão que tirou o direito do povo brasileiro de comer ovo”, enfatizou.

O presidente também destacou que o Brasil deve produzir 59 bilhões de ovos este ano, o que, segundo ele, torna o aumento injustificável. “Não é possível que, em um mês, o preço suba de R$ 140 para R$ 210”, acrescentou.

Lula rejeitou explicações relacionadas ao impacto do dólar, exportações e altas temperaturas no Brasil, que poderiam ter afetado a produção. Ele argumentou que os preços internos não deveriam ser influenciados pelos valores praticados nas exportações.

Além disso, o presidente prometeu que o preço da carne bovina também será reduzido este ano, relembrando uma promessa de sua campanha eleitoral de 2022: “A carne vai abaixar. Vocês podem ter certeza que vão comer picanha outra vez porque a carne vai abaixar.”

Produtores, por sua vez, apontam outros fatores, como o aumento no custo do milho, usado na alimentação das galinhas, e a alta demanda por ovos durante a quaresma, período em que católicos tradicionalmente reduzem o consumo de carne.

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