Prévia da inflação: ovos vão às alturas e afligem brasileiros em março
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial do país, registrou desaceleração em março, com alta de 0,64%, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou abaixo das expectativas do mercado financeiro, que projetava uma inflação mais alta.
Apesar da desaceleração em relação a fevereiro, quando o IPCA-15 atingiu 1,23%, o índice acumula alta de 5,26% nos últimos 12 meses, superando os 4,96% registrados até fevereiro. Esse é o maior índice desde março de 2023 e ainda está distante do teto da meta de inflação de 4,5% estabelecida para 2025.
A queda na inflação foi influenciada principalmente pela estabilização dos preços da energia elétrica residencial, que tiveram um aumento de apenas 0,43% em março, contrastando com o salto de 16,33% em fevereiro. No entanto, a inflação dos alimentos acelerou, com alta de 1,09% em março, impulsionada por itens como ovos, tomate, café moído e frutas.
Os transportes também exerceram pressão sobre a inflação, com alta de 0,92% em março, devido ao aumento nos preços dos combustíveis, como óleo diesel, etanol e gasolina. O preço dos ovos, em particular, acumula alta de 25,88% no ano, influenciado pelo aumento do custo do milho, calor intenso e demanda aquecida na Quaresma.
O governo federal tem buscado medidas para conter a inflação dos alimentos, como a isenção de impostos para importação de alguns produtos. No entanto, analistas avaliam que o impacto dessas ações é limitado. O Banco Central segue monitorando os índices de inflação para ajustar a taxa básica de juros (Selic), que atualmente está em 14,25% ao ano. O mercado financeiro espera que a taxa encerre 2025 em 15%, na tentativa de controlar a inflação e ancorar as expectativas para os próximos meses.
