Ato de Bolsonaro toma a Avenida Paulista com discursos inflamados de Malafaia e Nikolas contra Moraes e o STF; vídeos

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No domingo (6), apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) realizaram um ato convocado pelo ex-presidente na Avenida Paulista, em São Paulo. A manifestação teve como principal objetivo pressionar pela anistia dos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro em Brasília, considerados o maior atentado às instituições democráticas desde a redemocratização do Brasil.
Diversas figuras políticas marcaram presença no evento, incluindo os governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo), Romeu Zema (Minas Gerais), Ratinho Junior (Paraná), Wilson Lima (Amazonas), Ronaldo Caiado (Goiás), Mauro Mendes (Mato Grosso) e Jorginho Mello (Santa Catarina), além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, parlamentares e outras autoridades.

O protesto teve início por volta das 14h com uma oração liderada pela deputada federal Priscila Costa (PL-CE). Os discursos proferidos durante o ato defenderam o projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados visando a anistia dos condenados pelos atos antidemocráticos. O vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), mencionou uma forte articulação para levar a proposta à votação.

Michelle: “Anistia humanitária”

Em seu discurso do alto de um trio elétrico, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro solicitou uma “anistia humanitária” para os indivíduos condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes. Ela também defendeu a cabeleireira Débora Rodrigues Santos, presa por pichar a estátua “A Justiça” em Brasília com um batom, segurando o item de maquiagem como símbolo de seu apoio. O caso da pichadora se tornou um ícone para a direita, que alega perseguição política, e o PL considera lançá-la como candidata a deputada no futuro.

Nikolas: “ditadores de toga

Em vários momentos do ato, houve críticas direcionadas ao Supremo Tribunal Federal (STF). O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) chamou os ministros de “ditadores de toga” em seu discurso inflamado, com foco especial no ministro Alexandre de Moraes, a quem também chamou de covarde, afirmando que ele “se lascou” diante da grande presença de apoiadores na Avenida Paulista. Ferreira acusou o STF de perseguir opositores e criticou as ações da Polícia Federal contra deputados bolsonaristas, alegando priorização de “crimes de opinião” em detrimento da investigação de “traficantes e corruptos”.

Ele também mencionou o ministro Luís Roberto Barroso, lembrando a frase “Perdeu, mané” e comparando-a à fala de um criminoso. Em tom de campanha, Nikolas Ferreira incentivou o apoio a Bolsonaro para 2026, afirmando que o Brasil não pertence a “ditadores” ou ao STF.

Tarcísio defende a anistia

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, defendeu a urgência da anistia para “pacificar o País” e “discutir o que interessa”, citando a inflação e o preço dos alimentos e utilizando o slogan “Se está tudo caro, volta Bolsonaro”. Ele classificou os condenados pelos atos de 8 de janeiro como “pessoas que estavam vendo o que acontecia, conhecendo Brasília” e afirmou que pedir anistia é “justo, real e importante”. Tarcísio expressou a falta que Bolsonaro faz e a esperança em seu retorno, pedindo que a multidão entoasse o coro “volta, Bolsonaro”. Ele também manifestou a expectativa de que o ato sensibilize os parlamentares sobre a anistia, enquanto o PL busca assinaturas para pautar o regime de urgência da proposta na Câmara.

Bolsonaro crítica STF e Lula

Por volta das 15h40, Jair Bolsonaro discursou, pedindo anistia para os presos pelos atos golpistas e criticando o STF e o presidente Lula. Ele defendeu seu governo, elogiou sua equipe econômica e a criação do PIX, e alegou “interferência” no resultado das eleições de 2022. Bolsonaro mencionou sua viagem aos Estados Unidos antes do fim do mandato, afirmando que “o golpe deles só não foi perfeito” porque ele saiu do país, insinuando ter sido avisado de algo.

Ele também citou o filho Eduardo Bolsonaro, que se mudou para os EUA alegando perseguição política, e expressou esperança em apoio externo, mencionando contatos com pessoas importantes, possivelmente incluindo Donald Trump. Bolsonaro criticou sua inelegibilidade e afirmou que eleições sem ele seriam uma “negação da democracia” e uma “ditadura” no Brasil.

Malafaia crítica Moraes

Silas Malafaia, um dos principais organizadores do evento, também fez um discurso com fortes ataques ao ministro Alexandre de Moraes, chamando-o de “covarde, cínico, mentiroso e manipulador” em referência ao seu voto no processo contra Bolsonaro. Malafaia acusou Moraes de transformar o STF em um “Supremo Tribunal da injustiça e da politicagem barata” e alertou para o descontentamento popular, mencionando as possíveis consequências da prisão de Bolsonaro.

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