Gre-Nal em Caxias expõe revolta por veto, e Inter estuda alternativa para jogos do Gauchão
No caminho para o vestiário após a derrota por 1 a 0 no Gre-Nal desta quarta-feira, no Estádio Centenário, Eduardo Coudet e D’Alessandro esbravejaram contra o presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), Luciano Hocsman. Foi o ápice da revolta do Inter por mandar o clássico no Estádio Centenário, já manifesta previamente por dirigentes nos microfones.
Apesar de tanta ira, a indignação não tem o dirigente como alvo e nem mesmo as condições do gramado, chamado de “horrível” por Eduardo Coudet em sua entrevista coletiva. E sim o veto da Prefeitura de Porto Alegre para jogos de futebol.
O Inter já estuda alternativas, mas pretende mandar o último duelo da fase de grupos do segundo turno do Gauchão no Beira-Rio. É o plano A, e o clube pretende “brigar” por isso.
A diretoria sustenta essa posição no protocolo de saúde criado especialmente para jogos sem público no estádio, com algo próximo a uma “bolha sanitária” para reduzir os riscos de contágio do coronavírus. Mas a Prefeitura bate o pé e mantém o veto, em um alerta para a situação delicada da pandemia na cidade..
- Não abrimos mão de jogar na nossa casa em todas as partidas que tivermos condição. O mando é do Inter e tratamos com a FGF. A evolução das questões de saúde delibera sobre isso. Mas, na última semana, as questões técnicas deram espaço ao político. Foram razões que saíram do campo técnico, da ciência. Brigaremos para que as partidas sejam no Beira-Rio – afirma o vice de futebol Alessandro Barcellos.
A inconformidade com a mudança de endereço do clássico ganhou tom mais elevado após o repórter Leonardo Müller, da RBS TV, flagrar D’Alessandro e Coudet esbravejarem contra o presidente da FGF, Luciano Hocsman. O camisa 10 e capitão da equipe gritou para o dirigente “deixar de ser parcial”.
- Está feio o teu trabalho, hein?! Está feio! E eu sei por que está feio o teu trabalho. O D’Ale fala! Deixa de se parcial, c*! – disparou D’Ale.
Alternativas
Se a prioridade é o Beira-Rio, o Inter discute uma série de alternativas nos bastidores. Uma delas é o Centro de Treinamentos Morada dos Quero-Queros, das categorias de base, em Alvorada, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
O campo não tem iluminação. Mas, mesmo que isso seja resolvido, há um entrave bem mais complicado de superar. Alvorada também está classificada com a bandeira vermelha no critério de distanciamento social e não pretende fazer uma concessão caso o Inter solicite mandar as partidas no local.
- Devido ao número de casos de Covid-19 existentes no município de Alvorada, caso haja a solicitação por parte do Internacional, não será permitido à realização de qualquer tipo de evento esportivo, a fim de evitar possíveis aglomerações e a disseminação da doença – disse o secretário de governo, Paulo Ramos, através da assessoria de imprensa.
O certo é que o Inter terá de buscar uma alternativa. Conforme apurado pelo GloboEsporte.com, a Prefeitura de Caxias do Sul deve vetar a realização da partida contra o Aimoré, na 6ª rodada, na cidade. O comunicado oficial deve ser divulgado nesta quinta-feira. Os próximos dias serão de novas discussões nos gabinetes.
Enquanto isso, Eduardo Coudet busca recolocar o time no caminho das vitórias. Com a derrota, o Inter segue com sete pontos e lidera o Grupo A no segundo turno do Gauchão. A equipe volta a campo no sábado, às 19h, para encarar o Esportivo na Montanha dos Vinhedos, em Bento Gonçalves.