Em carta à Unesco, Lula defende regulação de redes sociais
Em carta lida durante fórum da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) nesta quarta-feira (22), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a regulação das redes sociais como estratégia para diminuir desigualdades de acesso, disseminação de fake news e fortalecimento da democracia.
Após ressaltar a importância dos avanços tecnológicos e digitais para a comunicação global, Lula pondera que a falta de regulação traz pontos negativos e que precisam ser corrigidos. “O ambiente digital acarretou a concentração de mercado e de poder nas mãos de poucas empresas e países. Trouxe, também, riscos à democracia”, afirma.
O presidente citou a disseminação de notícias falsas durante a pandemia de Covid-19 que, segundo ele, “contribuiu para milhares de mortes” e atingiu os setores mais vulneráveis da sociedade. Atribuiu, ainda, os atos extremistas de 8 de janeiro ao “ápice de uma campanha, iniciada muito antes, que usava, como munição, a mentira e a desinformação”.
Em grande medida, essa campanha foi gestada, organizada e difundida por meio das diversas plataformas digitais e aplicativos de mensagens. Repetiu o mesmo método que já tinha gerado atos de violência em outros lugares do mundo. Isso tem que parar. Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil.
Na carta, que foi lida por um representante brasileiro durante o fórum, Lula afirma que é papel da comunidade internacional trabalhar na regulação das redes sociais, de forma a encontrar um equilíbrio entre a garantia da liberdade de expressão e o direito coletivo a informações confiáveis.
O presidente encerra a mensagem afirmando que o Brasil pode contribuir “para a construção de um ambiente digital mais justo e equilibrado, baseado em estruturas de governança transparentes e democráticas”.