Auxílio emergencial: Guedes espera redução e Bolsonaro deve definir parcelas até sexta

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Ainda nesta semana, até sexta-feira, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deve definir por qual valor irá prorrogar o auxílio emergencial, atualmente em R$ 600, e em quantas parcelas adicionais. O programa é considerado fundamental para turbinar a popularidade do presidente, mas custa cerca de R$ 50 bilhões por mês aos cofres públicos. Diante do alto gasto, a equipe econômica insiste em um valor menor, enquanto líderes dos partidos defendem mais uma parcela de R$ 600 e duas de R$ 300, até o fim do ano.

A ideia defendida por auxiliares do ministro da Economia, Paulo Guedes, é prorrogar benefício no valor de R$ 200, R$ 250 ou R$ 300 até o fim do ano a fim de construir uma transição para o Renda Brasil, programa social do governo Bolsonaro que vai substituir o Bolsa Família. Parlamentares, porém, insistem em pelo menos mais uma parcela de R$ 600 e outras duas de R$ 300, mantendo os pagamentos até dezembro.

Lideranças que defendem esse modelo já iniciaram conversas com o governo, que ainda resiste. O programa foi criado inicialmente para durar três meses. Depois, prorrogado para mais duas parcelas.

Caso o governo decida fazer a prorrogação por um valor menor, vai precisar encaminhar essa alteração ao Congresso por meio de medida provisória (MP). Caso esta seja a solução adotada, as características do programa, como o valor do benefício, podem ser alteradas por deputados e senadores.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nessa terça-feira (18) achar difícil prorrogar o auxílio no valor atual:

“O parlamento tem responsabilidade. A gente sabe que a manutenção dos R$ 600 é muito difícil”.

A oposição insiste na manutenção do valor atual até o fim do ano. O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) disse que se o governo enviar uma proposta reduzindo o valor do auxílio emergencial, o Congresso vai restabelecer o valor original de R$ 600.

“Eu duvido que o presidente tenha coragem de reduzir o valor do auxílio porque está surfando na onda” disse Silva, ao se referir aos efeitos positivos da concessão do benefício na popularidade do presidente. “Agora se fizer, nós vamos subir o valor”, concluiu.

Auxílio pode ter impulsionado aprovação

37% dos brasileiros consideram o governo Bolsonaro “ótimo ou bom”, de acordo com pesquisa do instituto Datafolha do último dia 14. Essa é a melhor avaliação do presidente desde que começou seu mandato.

Na pesquisa anterior, realizada no final de junho, o presidente tinha aprovação de 32%. Outra boa notícia para o presidente é a queda significativa na sua rejeição. Agora são 34% os que acreditam que sua gestão é “ruim ou péssima” no período, em junho eram 44%. Consideram o governo regular 27% dos brasileiros contra 23% em junho.

Além do efeito do auxílio, outro fator que pode ter ajudado o presidente em sua avaliação é a adoção de um tom mais moderado. Bolsonaro, que ainda é crítico das medidas de isolamento social, já chegou a comparar a Covid-19 a uma “gripezinha”.

A gestão da pandemia do novo coronavírus realizada pelo governo Bolsonaro, contudo, é vista como um fracasso, inclusive internacionalmente. o Brasil ultrapassou 109 mil vítimas da Covid-19 e é o segundo país mais afetado pelo vírus no planeta, atrás apenas dos EUA.

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