BH vai ganhar 210 novos leitos de UTI Covid para atender idosos
Considerados como grupo mais vulnerável aos efeitos fatais da Covid, os idosos terão uma ampliação da rede de saúde destinada ao atendimento dessa camada da população – ao menos os que residem em Belo Horizonte. A cidade vai receber 210 novos leitos de UTI destinados ao atendimento das pessoas acima de 60 anos que estejam infectadas pelo vírus. Atualmente a capital mineira contabiliza 370 mil habitantes nessa faixa etária.
A informação foi apurada por O TEMPO e confirmada pelo Conselho Municipal do Idoso (CMI), proponente da iniciativa, junto da secretaria de saúde da capital. No dia 18 de novembro, o conselho aprovou um plano de trabalho autorizando a destinação de R$ 7 milhões para esse objetivo. A prefeitura informou que a execução do plano deve ser publicada ainda em novembro no Diário Oficial do Município, por meio de portaria conjunta entre as secretarias de saúde e a de assistência social, segurança alimentar e cidadania, além do CMI.
Para criar essas 210 novas UTIs, o plano de trabalho recomenda que sejam utilizados leitos já existentes de enfermaria. Desta forma, essas unidades passam a receber todo equipamento necessário para se transformar numa UTI Covid. A rede pública da cidade exibe atualmente 1.060 leitos de UTI ao todo, sendo 256 para Covid. Ontem, a ocupação dessas instalações estava em 56,6%.
Para se ter uma noção do inchaço que a pandemia causa na rede de saúde dedicada aos idosos, vale lembrar que 82,5% dos óbitos em Belo Horizonte causados por Covid acontecem entre pessoas acima dos 60 anos, conforme dados divulgados nos boletins epidemiológicos da prefeitura. Foram 1.349 moradores com idade acima de 60 anos que morreram em decorrência da doença ao longo da pandemia na capital.
Enfermarias vão ganhar 554 leitos de Covid
A demanda crescente por leitos de enfermaria também foi contemplada. Por isso, a iniciativa prevê ainda a disponibilização de 554 leitos de enfermaria para atendimento prioritário de casos positivos de Covid em idosos. A intenção é revitalizar aposentos já existentes em enfermarias, aprimorando-os para receber os idosos com coronavírus. Dos 4.630 leitos de enfermaria existentes na rede pública de BH atualmente, 630 são dedicados a pacientes com o vírus.
Ainda não se sabe exatamente quantos leitos serão criados em quais hospitais, pois o fluxo depende da demanda de cada unidade hospitalar. Mas a lista de hospitais contemplados já é conhecida e envolve várias regiões da cidade. São eles: Hospital Evangélico, São Francisco, Felício Rocho, João XXIII, Alberto Cavalcanti, Santa Casa, Júlia Kubitschek, Hospital das Clínicas, Risoleta Neves, Eduardo de Menezes, Odilon Behrens, Madre Teresa, Mário Penna, Hospital da Baleia e Paulo de Tarso.
“É uma notícia muito boa, pois é uma continuidade do esforço que BH fez para contenção do vírus. É um exemplo de ação compartilhada”, informa Fernanda Matos, presidente do Conselho Municipal do Idoso e uma das representantes da sociedade civil. Segundo ela, os leitos atuais estão desgastados e demandam investimentos, e os equipamentos apresentam a defasagem natural ao longo do tempo. “A previsão é que essa ampliação de leitos aconteça o mais rápido possível. Deve durar de dois a três meses”, prevê.
Com informações O Tempo