Bill Gates garante que a terra não está preparada para uma nova pandemia e propõe “a única solução

Gates destaca que a pandemia COVID-19 causou um retrocesso significativo nas taxas de vacinação infantil de rotina, ampliou a lacuna educacional entre as nações ricas e pobres e aumentou as desigualdades no acesso aos serviços de saúde.

O fundador da Microsoft, Bill Gates, acredita que a humanidade não está preparada para enfrentar uma nova pandemia, a menos que sejam feitos esforços para criar vacinas mais rapidamente.

No novo relatório da Fundação Bill & Melinda Gates divulgado na segunda-feira, o filantropo disse que está “um pouco preocupado agora por estar prestando menos atenção do que o esperado para se preparar para responder à pandemia”.

Por meio de uma análise exaustiva do progresso global no acesso a vacinas, redução da pobreza e outros problemas de saúde, o relatório concluiu que a pandemia de covid-19 causou um retrocesso significativo nas taxas de vacinação infantil de rotina, ampliou a lacuna educacional entre as nações ricas e pobres e aumento das iniquidades no acesso aos serviços de saúde.

Por outro lado, o relatório apela aos líderes mundiais para que façam os investimentos de longo prazo necessários para desenvolver e fabricar vacinas e melhorar a infraestrutura de saúde pública, especialmente em países de baixa renda.

“A única solução real para esse problema é ter fábricas que possam produzir doses suficientes de vacinas para todos em 100 dias . É viável”, diz Gates.

Em conversas com a mídia, o diretor executivo da Fundação Gates, Mark Suzman, disse que a maioria dos países ricos amplamente vacinados verá uma recuperação da renda per capita antes da crise “este ano”, enquanto, pelo contrário, dois terços dos países em desenvolvimento continuarão abaixo de seus indicadores de 2019 e alguns deles “enfrentarão muitos mais anos antes de retornar aos níveis de 2019”.

Finalmente, Suzman conclui que as consequências econômicas da pandemia também retardarão o progresso em direção à igualdade de gênero, tanto nas nações pobres como nas ricas, visto que as mulheres foram afetadas de forma desproporcional pela crise.

“Mais 13 milhões de empregos foram perdidos em todo o mundo para mulheres do que para homens”, explicou Suzman. “As mulheres também carregam o fardo das responsabilidades de cuidar tanto nos mundos ricos quanto nos pobres.”