Bolsonaro clama por anistia e faz apelo a Moraes
Nesta quinta-feira (28/11), em entrevista à Revista Oeste, o ex-presidente Jair Bolsonaro declarou ter conversado com militares das Forças Armadas sobre a possibilidade de determinar estado de sítio ou estado de defesa, além de empregar o artigo 142 da Constituição para convocar uma ação militar. Bolsonaro e mais 36 indivíduos foram indiciados pela Polícia Federal por tentativa de planejar um golpe de Estado. Parte do esquema consistiria em assassinar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
“Os militares afirmam que debateram comigo as possibilidades de 142, de estado de sítio, estado de defesa.” Eu discuti, sim [… Eu sempre atuei dentro das quatro linhas. “O que está dentro da Constituição, você pode empregar”, alegou o ex-presidente. “O artigo 142 pode ser utilizado por qualquer um dos poderes, não apenas pelo Executivo”, disse Bolsonaro.
O caput do artigo afirma, porém, que as Forças Armadas estão “sob a autoridade suprema do Presidente da República”, chefe do poder Executivo.
Na entrevista, o ex-presidente defendeu a aprovação de “anistia” para os investigados por tentativa de golpe, mas não especificou a quem se referia. Ele já declarou em outros momentos que é a favor de anistiar pessoas detidas pelas invasões à sede dos Três Poderes em 8 de janeiro. Bolsonaro afirmou que Lula e Alexandre de Moraes deveriam se posicionar a favor da anistia “se quiserem pacificar” o país. “[Assim] reinicia o jogo daqui para a frente”, defendeu.