Bolsonaro diz que esquerda planejou o 8 de janeiro
No momento em que tenta viabilizar a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os atos golpistas de 8 de janeiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou neste sábado que há “suspeita de armadilha” em relação à invasão das sedes dos três Poderes, em Brasília, por parte de seus apoiadores radicais. Bolsonaristas querem responsabilizar autoridades federais por omissão no dia dos ataques. Em entrevista antes de discursar num encontro de conservadores em Washington, Bolsonaro reforçou que pretende voltar ao Brasil este mês.
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta barrar a criação da CPMI, investigação a ser conduzida por deputados e senadores, temendo que ela prejudique a agenda legislativa do governo, que tem entre suas prioridades a aprovação da reforma tributária e de uma nova âncora fiscal para substituir o teto de gastos. Como publicado pela colunista Bega Megale, Bolsonaro passou a se articular para a criação da comissão na última semana, telefonando para parlamentares da sua base de apoio. Neste sábado, o ex-presidente reforçou o empenho de seus aliados e comentou sobre a posição contrária de Lula à instalação da CPMI:
— A partir do momento em que o atual presidente não quer a investigação, cada vez mais há suspeita de que aquilo foi uma armadilha — afirmou Bolsonaro.
Apesar da desaprovação do atual chefe do Executivo, deputados de partidos da base formalizaram apoio à comissão. A intenção dos proponentes de uma investigação parlamentar é responsabilizar autoridades federais por omissão nas ações para impedir os ataques às sedes dos três Poderes. Os bolsonaristas avaliam que a comprovação desta tese possibilitaria um pedido de impeachment de Lula.
Perguntado se ficaria no Brasil caso haja um processo contra ele, o ex-presidente respondeu que “as manifestações da direita ao longo de quatro anos foram todas pacíficas” e que não tem nada a temer.