Bolsonaro pode recorrer a plano B caso seja condenado
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, em entrevista ao portal UOL divulgada nesta quinta-feira (28), que não descarta se refugiar em uma embaixada caso tenha prisão decretada. Indiciado pela Polícia Federal sob suspeita de planejar um golpe de Estado em 2022, ele alega ser vítima de perseguição política.
Bolsonaro comentou que “embaixada, pelo que vejo na história do mundo, quem se vê perseguido, pode ir para lá”. “Se eu devesse alguma coisa, estaria nos Estados Unidos, não teria voltado”, pontuou.
Ele admite ter conversado sobre “artigos da Constituição” com os comandantes das Forças Armadas para “voltar a discutir o processo eleitoral” após as eleições de 2022, mas que a ideia logo foi “abandonada”.
Bolsonaro ataca Polícia Federal e STF
Em outro trecho da entrevista, o ex-presidente diz ser uma “grande história” as informações sobre o plano de golpe. “Que plano era esse? Dar um golpe com um general da reserva, três ou quatro oficiais e um agente da PF? Que loucura é essa? Ali no prédio da Presidência trabalham mais ou menos 500 pessoas. E eu sei o que cada um tá fazendo?”, destacou.
Sobre o plano Punhal Verde e Amarelo, apreendido com Mário Fernandes, general reformado do Exército, que previa a morte de Lula, Alckmin e Moraes, Bolsonaro diz não ter “a menor ideia do que seja isso”. Ele também afirma que, pelo o que sabe, não foi colocado em prática o que se diz no inquérito. Indagado se tem medo de ser preso, Bolsonaro pontuou ao UOL: “Vivemos num mundo das arbitrariedades. Agora eu não posso ir dormir preocupado de que a PF vai estar na minha casa amanhã cedo. Eu já tive três [operações de] busca e apreensão, tá? Absurdas, absurdas. Corro risco, sem dever nada, corro risco.
[O STF] vai fazer a arbitrariedade, vamos ver as consequências”. Bolsonaro ainda afirmou que vai se manter candidato a presidente em 2026, mesmo estando inelegível por oito anos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pela prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. “Eu vou. Sou um cidadão. Sou um réu sem crime. Fui condenado [tornado inelegível pelo TSE] sem crime nenhum”, destacou.