Campos minimiza ruído e afirma que Brasil está em movimento fiscal com melhoras

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O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira que, “apesar de todo o ruído”, a figura fiscal “mais ampliada” mostra “alguma melhora”.

“Os números estão melhores do que a perspectiva, do que o mercado tem tomado como verdade”, disse.

Segundo ele, pesou na diminuição da relação entre a dívida bruta e o Produto Interno Bruto (PIB) o deflator do PIB, mas também houve “uma melhora não associada a isso”.

“É importante olhar a trajetória [da dívida]”, disse.

O que acontece atualmente, na avaliação do presidente do BC, é “um plano de fundo melhor” no quadro fiscal e “um ruído que está acontecendo mais no curto prazo”. De acordo com Campos, o mercado associou mudanças propostas pelo governo federal nos precatórios, por exemplo, à intenção de expandir o Bolsa Família, o que causou o ruído. Ele destacou positivamente o “discurso muito duro de compromisso com a disciplina fiscal” feito mais cedo nesta terça-feira pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

A respeito das projeções menores de crescimento para a economia no ano que vem, o presidente do BC afirmou que “a primeira mensagem é que controle de expectativas [de inflação] e controle de preços é a variável mais fundamental” para a autoridade monetária.

Sobre política monetária, Campos destacou que o “Brasil está reagindo com uma subida maior de juros” do que os seus pares. No caso do mercado de trabalho, a avaliação do BC é de que a população ocupada apresenta um comportamento mais próximo daquele visto nos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que tem dados melhores, do que na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua, que tem dados piores.

No evento promovido pela XP Investimentos, Campos também comemorou a aceleração da vacinação no Brasil, lembrando que a rejeição ao imunizante no país “é muito mais baixa” do que em outros países. Além disso, afirmou que o BC está em contato com os bancos centrais da Itália e da Inglaterra “para desenhar o Pix internacional”.

Juros

Campos Neto disse, ainda, que os mercados mundiais estão “bastante” otimistas e enxergam “um ambiente de juros baixos por bastante tempo”.

Mas pouco antes ele lembrou que houve “um choque bastante razoável” de inflação no mundo desenvolvido, que atingiu tanto consumidores quanto produtores, embora o impacto tenha sido maior para os produtores.

Sobre a recuperação da economia global, Campos destacou “positivamente o ritmo de crescimento da China” e que a atividade nos “Estados Unidos está voltando”.

Em vários emergentes, por sua vez, ele afirmou que há uma “convergência razoável” para um ritmo de crescimento “igual ou superior ao pré-pandemia”.

De qualquer jeito, “o que fica” após a pandemia “é uma dívida muito alta”, tanto nos emergentes quanto nos desenvolvidos.

Ele ainda afirmou que o debate sobre “a inflação verde”, ligado a demandas por sustentabilidade, “vale ser mencionado”. Como exemplo citou o fechamento de minas de cobre.

Por fim, Campos destacou o aumento da inflação no mercado imobiliário dos Estados Unidos, que “é um item importante” para a trajetória de preços americana.

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