Chefe da ONU alerta contra planos de Israel de anexar Cisjordânia no Fórum de Davos
O Secretário-Geral das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, alertou na quarta-feira que a ocupação israelense pode ter a intenção de anexar a Cisjordânia, dados os atuais desenvolvimentos na Faixa de Gaza, em uma tentativa de forçar uma nova realidade no terreno nos territórios palestinos ocupados.
Em conversa com o Presidente e CEO do Fórum Econômico Mundial, Borge Brende, em Davos, Suíça, o Secretário-Geral da ONU disse que Israel manter Gaza em uma espécie de situação de limbo, sem um plano claro para o dia seguinte ou estrutura legal, seria uma violação total do direito internacional e significaria a ausência de paz na região.
Guterres disse que esse cenário poderia minar os esforços internacionais pela paz, especialmente se a ocupação continuar a tomar ações unilaterais que contradizem os princípios fundamentais do direito internacional, pedindo ação urgente em direção a uma solução política abrangente baseada na solução de dois estados e enfatizando a importância de reunificar os territórios palestinos sob um único governo legítimo.
O Secretário-Geral da ONU acrescentou que alcançar uma paz duradoura requer comprometimento com os princípios fundamentais de justiça, igualdade e respeito aos direitos humanos. Ele também destacou os esforços de mediação empreendidos pelo Catar, Egito e Estados Unidos para chegar a um acordo de cessar-fogo em Gaza.
Em relação à situação na Síria, o Secretário-Geral da ONU disse que a situação continua complexa e aberta a várias possibilidades, apesar da formação de um novo governo. Ele ressaltou que ainda há desafios decorrentes de divisões internas e da presença de grupos que ameaçam a estabilidade.
Guterres enfatizou a necessidade de aliviar as sanções internacionais para aliviar o sofrimento do povo sírio e aumentar os esforços de reconstrução.
Sobre a situação no Líbano, o Secretário-Geral da ONU expressou esperança de que o povo libanês seja capaz de formar um governo eficaz, capaz de liderar o país em direção à estabilidade e reconstruir uma economia que vem sofrendo há anos. Ele apelou à comunidade internacional para continuar apoiando o Líbano no enfrentamento das crises econômicas e sociais que afetam a vida de milhões.