Ciclone provoca enchentes e deixa centenas de pessoas fora de casa no RS

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Mau tempo causou uma morte em Caxias do Sul. Vale do Taquari é uma das regiões mais afetadas por alagamentos

A chuva que atinge o Rio Grande do Sul desde terça-feira (7) deixa pelo menos uma morte e centenas de pessoas fora de casa.  Levantamento de GaúchaZH em municípios aponta mais de 500 famílias desalojadas ou desabrigadas. 

Segundo o balanço da Defesa Civil estadual, divulgado no fim da manhã desta quarta-feira (8), 491 pessoas estão fora de casa. Desse total, são 310 desabrigados (transferidas para abrigos públicos) e 181 desalojados (estão em casa de amigos ou parentes). 

Os municípios informados no levantamento do órgão são Santa Rosa, Lajeado, Ijuí, Santa Teresa, São Sebastião do Caí, Maquiné, Estrela, Candelária e Espumoso. O órgão, no entanto, não inclui nessa atualização outras localidades identificadas pela reportagem de GaúchaZH, como Encantado, Muçum e Arroio do Meio.

óbito foi registrado em Caxias do Sul, na Serra, onde um deslizamento causou a morte de um morador.

Vale do Taquari

Segundo balanço estadual, o município com maior número de pessoas fora de casa é Lajeado, no Vale do Taquari. São 145 pessoas (48 famílias), que estão abrigadas no Parque do Imigrante.

Em Muçum, são pelo menos 80 famílias fora de casa, mas o número deve subir ao longo do dia. Os bairros mais afetados são Centro, São José e Fátima.

Na região, preocupa a situação de rios da Serra e da área norte do Estado. Como desaguam no Taquari, eles podem registrar elevação mesmo com a chuva mais calma. 

Em Arroio do Meio, 80 famílias foram removidas, e outras devem sair ao longo da manhã. Os bairros mais afetados são Centro, Navegantes, São José, Aimoré, Bela Vista, localidades de Forqueta Baixa e Cascalheira e o distrito de Palmas. As famílias estão abrigadas em ginásios municipais. Há diversas ruas alagadas, porque o Rio Taquari subiu 14 metros. 

Em Estrela, segundo a Defesa Civil Estadual, são 6 famílias desabrigadas (25 pessoas) e 16 desalojadas (48 pessoas).

Em Teutônia e em Bom Retiro do Sul, não foi necessário remover moradores ainda, mas há alagamentos e vias bloqueadas pela água.

Vale do Caí

Em São Sebastião do Caí, a elevação do Rio Caí provocou a retirada de 27 famílias (91 pessoas no total) de suas casas. Elas estão abrigadas no ginásio de esportes do bairro Rio Branco. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, o prefeito do município, Clóvis Duarte, afirmou que a prefeitura está pleiteando mais um ginásio para acomodar as pessoas removidas para garantir o distanciamento social imposto pela pandemia de coronavírus.

Noroeste

Em Santa Rosa, 70 casas foram invadidas pela água. Pelo menos 300 pessoas foram afetadas pelos transtornos causados pelo mau tempo. A prefeitura segue com trabalho de deslocamento de moradores. O prefeito Alcides Vicini afirmou, em entrevista ao Gaúcha Atualidade, que a água “chegou em pontos onde não chegava antes”. Até o momento, 35 pessoas de sete famílias foram retiradas de casa, segundo o prefeito.

Em Ijuí, oito famílias (33 pessoas) estão desalojadas. 

Norte

Em Espumoso, inundação causada pelo mau tempo desabrigou uma família composta por quatro pessoas, que precisou ser abrigada no parque de exposições da cidade. 

Na região de Passo Fundo, problemas foram registrados em estradas vicinais, onde o grande volume de chuva acabou invadindo alguns pontos de pista, segundo a coordenadoria regional.

Em Barra Funda, na terça-feira, algumas famílias precisaram sair de casa em razão do mau tempo pela manhã, mas retornaram no período da tarde. 

Vale do Paranhana

Em Três Coroas, 10 famílias foram retiradas de casa. Carros foram alagados com a força da água. Segundo o prefeito Orlando Teixeira, os danos são apenas materiais no município. Igrejinha também registra diversos pontos de alagamento. 

Vale do Rio Pardo

Em Candelária, a inundação do Rio Pardo, que cruza parte do município, provocou a retirada de quatro famílias (oito pessoas) de suas residências. Elas serão alojadas provisoriamente em casas de vizinhos e familiares, segundo a Defesa Civil Estadual. 

Litoral Norte

Maquiné concentra 80 pessoas fora de casa em razão do grande volume de chuva das últimas horas — 20 desabrigadas e 60 desalojadas. Segundo o prefeito João Marcos, os maiores pontos de alagamento são registrados no interior do município. A cidade também sofre com falta de energia elétrica. A prefeitura está fazendo levantamento dos estragos. O prefeito afirma que muitas pessoas estão isoladas em razão do aguaceiro. 

Em Capão da Canoa, mais de 15 escolas sofreram destelhamentos após fortes rajadas de vento. A grande quantidade de chuva acabou provocando alagamentos em casas, provocando a remoção de famílias, que precisaram buscar abrigo em ginásios, segundo o prefeito Amauri Germano. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, Germano estimou que cem a 200 famílias terão de ser removidas de suas residências por conta dos estragos causados pela inundação.

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