Cientistas recomendam que o uso de uma bomba nuclear contra um asteróide pode salvar a Terra de seu impacto

Desintegrar o objeto espacial seria a melhor opção se você tiver muito pouco tempo para tentar desviá-lo, explicam os pesquisadores.

Usar uma arma nuclear para impactar e desintegrar um asteróide em direção à Terra pode ser “uma estratégia de defesa planetária muito eficaz ” , sugere um estudo recente   publicado na revista Acta Astronautica.

Pesquisadores do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, na Califórnia, disseram em um comunicado na terça-feira  que o método mais comum para evitar o impacto de um asteróide é desviá-lo . “No entanto, se o tempo de alerta é muito curto para organizar uma deflexão bem-sucedida, outra opção é reunir muita energia contra o asteróide para quebrá-lo em vários fragmentos bem dispersos”, explicam.

New research modeling #asteroid fragment behavior finds late-stage #nuclear disruption of potentially hazardous Near Earth Objects could be an effective #planetarydefense. pic.twitter.com/7eqzl5a26l

— LLNL (@Livermore_Lab) October 5, 2021

Durante sua pesquisa, os cientistas modelaram as possíveis consequências da detonação de uma bomba nuclear de um megaton a poucos metros da superfície de um asteróide de aproximadamente 100 metros de diâmetro.

Depois de analisar cinco órbitas diferentes do objeto espacial, os especialistas concluíram que seria possível reduzir a massa de impacto para 0,1% da massa original, se a operação fosse realizada dois meses antes da data da colisão com a Terra. Já para um asteróide maior, seria possível reduzir sua massa de impacto para 1%, se a detonação ocorrer seis meses antes do evento.

“Um dos desafios na avaliação da desintegração [de um asteróide] é que é necessário modelar todas as órbitas dos fragmentos , o que geralmente é muito mais complicado do que modelar um simples desvio”, disse Patrick King, físico da Universidade Johns Hopkins e principal autor do estudo.

Apesar dos resultados positivos da investigação, King ressaltou que a desintegração do asteróide seria o último recurso. “Focamos o estudo de rupturas ‘tardias’, o que significa que o corpo impactante se rompe pouco antes de colidir”, disse reiterando que, quando há mais tempo, é preferível usar “projéteis cinéticos” para desviar o objeto.