Com nova TV inteligente, Xiaomi mira o reinado da Samsung

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Das telinhas para as telonas, a Xiaomi está pronta para chacoalhar o mercado de televisores inteligentes. A companhia chinesa conhecida pela fabricação de smartphones e de outros eletrônicos apresentou nesta quinta-feira (2) a sua nova smart TV topo de linha: a Mi TV Master Series. O lançamento pressiona as marcas tradicionais do setor, como Samsung, LG, TCL e Sony.

Com processador A73 de quatro núcleos fornecido pela MediaTek e sistema operacional Android, o modelo lançado nesta quinta-feira é descrito pela fabricante como uma televisão voltada para quem tem “olhos e ouvidos mais críticos”, o modelo Mi TV Master Series de 65 polegadas traz algumas novidades em relação à imagem e ao som reproduzidos, além de novidades em aspectos de usabilidade e transmissão de dados.

A tela de OLED ocupa 98,8% do display frontal do aparelho, o que significa que o televisor tem bordas finas. A tela ainda conta com função Dolby Vision, que aumenta a nitidez das imagens reproduzidas em resolução 4K com taxa de atualização de 120 Hz. O sistema sonoro, por sua vez, utiliza tecnologia Dolby Atmos e tem nove alto-falantes totalizando 65W de potência.

Além de entradas USB, de cabos AV e de antenas, a fabricante chinesa colocou três entradas HDMI. Uma delas vem no padrão 2.1, que poderá transmitir dados de aparelhos como videogames e blu-rays em 48 Gbps. Segundo a empresa, isso garantirá uma experiência melhor no uso dos videogames da nova geração, como o PlayStation 5 e o Xbox Series X. Na questão de usabilidade há ainda controle por voz e função Always On.

Dados da consultoria IHS Markit apontam que das cerca de 215 milhões de televisões vendidas em 2019, uma fatia de 5,8% foi comercializada pela Xiaomi. Enquanto isso, a Samsung é a líder absoluta do mercado desde 2006. No ano passado, a companhia sul-coreana foi responsável por 19,8% do comércio global de aparelhos. A também sul-coreana LG ficou em segundo lugar com 12,2% e superou as chinesas TCL (9,2%) e Hisense (7,8%).

A Xiaomi não tem medido esforços para aumentar sua participação no mercado de TVs. Em abril, a companhia expandiu seu portfólio de produtos com os aparelhos Mi TV 4A 60 e Mi TV Pro 75. Os televisores fazem parte da linha premium do setor. O modelo de 75 polegadas, inclusive, conta com tecnologia quer permite reproduzir conteúdo com resolução 8K por meio de uma técnica chamada de upscalling, uma simulação da resolução maior.

Com a nova televisão, a Xiaomi mira ainda mais os clientes de suas rivais asiáticas. Principalmente porque o aparelho será comercializado inicialmente somente na China. O preço de lançamento ficou 12.999 yuan, algo em torno de 9.800 reais em conversão direta para o real.

Com a popularização dos serviços de streaming e a facilidade de transmitir conteúdo de dispositivos móveis e computadores para as telas, o mercado de TVs vivia em bom momento de crescimento antes da crise do novo coronavírus.

Um levantamento feito pela consultoria Statista ainda no ano passado apontava crescimento de 35% nas vendas dos modelos de alta definição – ou utra high definition (UHD) –, prevendo faturamento de 71,5 bilhões de dólares. A consultoria Grand View Research, por sua vez, tinha projeções ainda mais otimistas: previa que os televisores com resolução 4K iriam movimentar 380,9 bilhões de dólares até 2025.

Os estudos, obviamente, não avaliavam os impactos de uma possível pandemia no meio do caminho. Segundo um relatório da Counterpoint Research, o mercado global de aparelhos de TV deve encolher 8% neste ano para 211,9 bilhões de dólares. Para 2020, a previsão é de crescimento de 7%, totalizando 226,7 bilhões de dólares. É uma boa recuperação, mas a cifra ainda fica abaixo da registrada em 2018: 231,1 bilhões de dólares.

Há queda entre as fabricantes. A própria Xiaomi, por exemplo, registrou uma retração de 20% no comércio de aparelhos em março deste ano, quando a pandemia atingia seu pico na China. Outra chinesa, a TCL, que vendeu 32 milhões de aparelhos em 2019, espera queda de 10% nas vendas. Vale destacar que muitas companhias tinham fábricas na região de Wuhan, a mais afetada pelo novo vírus.

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