Comércio de BH teve vendas de Dia dos Pais melhores que o esperado, mas 25% menores que em 2019
A Câmara de Dirigentes Lojistas vai enviar nesta segunda-feira (10) um ofício ao Ministério Público pedindo que o comércio continue aberto.
O comércio de Belo Horizonte faturou 25% menos que em 2019 neste Dia dos Pais, mas a queda esperada era de 40% em relação a 2019. A informação é do presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Marcelo de Souza e Silva.
Segundo Silva, o que permitiu um faturamento melhor que o esperado foi a reabertura das lojas de rua e shoppings entre quinta-feira e sábado da última semana, além do fato de os comerciantes já estarem adaptados às vendas digitais, por causa da pandemia.
Alguns setores conseguiram vender bem, como os de cama, mesa e banho, vestuário, perfumaria, bens duráveis, móveis, veículos e calçados. Outros seguem em recuperação.
Ofício ao Ministério Público
Nesta semana, segundo Silva, haverá discussão com o Ministério Público, a Prefeitura de Belo Horizonte e o estado, e o presidente da CDL/BH diz que espera “bom senso” para que o comércio continue podendo abrir as portas.
Ele também diz que o ideal seria a reabertura também aos sábados, que é um “dia fundamental de venda, quando a venda é mais volumosa”. Nesta semana, o comércio poderá reabrir apenas de quarta (12) a sexta-feira (14), segundo o protocolo da prefeitura.
A CDL/BH vai enviar nesta segunda-feira (10) um ofício ao Ministério Público pedindo que o comércio continue aberto. “A entidade entende que não é necessário neste momento que Belo Horizonte faça a adesão ao programa Minas Consciente, uma vez que esta medida pode paralisar o processo de reabertura do comércio iniciada nesta semana na capital”, disse a CDL/BH, em comunicado à imprensa no último sábado (8).
O entendimento do Ministério Público, até o momento, diverge do da CDL/BH. Na última sexta-feira, o Ministério Público informou, após reunião com representantes da prefeitura, que pode acionar a Justiça, caso o Executivo municipal não adote o programa estadual para a reabertura do comércio, Minas Consciente.
Na tarde de sexta, o secretário Municipal de Saúde, Jackson Machado e o secretário de Planejamento, Orçamento e Gestão, André Reis, se reuniram com promotores no Ministério Público. O objetivo, segundo o MP, era buscar uma solução administrativa para que a prefeitura cumpra decisão judicial do dia no dia 9 de julho.
A pedido do MP, a Justiça determinou que as cidades que optaram por não fazer parte do programa de flexibilização do governo de Minas Gerais, autorizem apenas o funcionamento de serviços essenciais, cumprindo a deliberação do Comitê Extraordinário Covid-19 nº 17.
O procurador-geral de Justiça, Antonio Sérgio Tonet, disse que o município de Belo Horizonte tem feito um “eficiente trabalho” no combate à pandemia do novo coronavírus e que foram apresentados aspectos técnicos que permitiriam a flexibilização. Mas, enfatizou que o MP se ampara na decisão judicial.
Em nota, a prefeitura informou que aguarda o encaminhamento da recomendação do MP para “analisar a situação e encaminhar resposta ao órgão, conforme orientações”.
Jackson Machado disse à imprensa, ainda na sexta, que a cidade tem condições estatísticas para flexibilizar as atividades. Segundo o secretário, há um parecer favorável do Supremo, em decisão que favoreceu Cuiabá, eximindo a obrigação do município de seguir o protocolo estadual.