Corrupção não é só na política

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Diversos autores e pensadores atuais tendem a imaginar a corrupção ligada à categoria política com os desvios e enganações, comumente voltados à classe política. Samuel Phillips Huntington (1927-2008) em um de seus tratados sobre a política aponta que a corrupção é o comportamento de autoridades públicas que se desviam das normas aceitas a fim de servir a interesses particulares.

O problema não analisado por este pensador norte-americano é que ele não avaliou a possibilidade deste desvio de conduta advir do seio familiar. De dentro de casa.

Macaco vê, macaco faz.

Se observamos nossos pais fazendo algo, tendemos a repeti-lo ao longo de nossa existência.

Já Norbeto Bobbio designa a corrupção como “o fenômeno pelo qual um funcionário público é levado a agir de modo diverso dos padrões normativos do sistema, favorecendo interesses particulares em troca de recompensa”. Eis a questão. Novamente nossos pensadores refutam a ideia do inato. Daquilo que nascemos. O ser humano nasceu para ser corrupto e para corromper.

Dirão que este pensador ficou maluco ou não acredita na família. Ao contrário. É dentro dela que nasce a ideia de fazer tudo certo e correto. Não podemos nos desviar da verdade, nunca. As pequenas mentiras levam à corrupção futura.

Quando sabemos que nossa empresa irá contratar alguém, não deixamos a livre concorrência. Mas indicamos alguém que conhecemos. Talvez este não seja tão preparado quanto outro em busca da vaga, mas este é conhecido. Então corrompemos o encarregado para dar oportunidade a ele. Ora, se isto não é corromper o que é?

A corrupção não se restringe apenas à política, que é local público. Mas no íntimo do ser humano, que é privado!

A corrupção é inata!

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