Defender prisão “de todo mundo” fortalece Bolsonaro, diz Nelson Jobim
O ex-ministro Nelson Jobim pregou cautela nesta quinta-feira ao comentar os atos de vandalismo do dia 8 em Brasília e afirmou que uma “retaliação generalizada” pode fortalecer o ex-presidente Jair Bolsonaro. Jobim lembrou que o resultado das urnas foi apertado e disse que a vitória foi “pequena” e não autoriza a “euforia” do PT. E ainda alertou para o que chamou de “radicalização de uma extrema esquerda” que hoje vê como próxima do entorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ex-ministro se referia ao episódio no qual os prédios do Congresso, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Palácio do Planalto foram depredados por vandalos e as centenas de prisões pela Justiça dos acusados de vandalismo e da retórica dos petistas contra Bolsonaro.
— O resultado apertado das urnas não autoriza essa euforia petista, que pode ter consequências perigosas. A hora é de saber agir com tolerância e equilíbrio. Se o governo empreender uma retaliação generalizada, Bolsonaro e os grupos radicais que o apoiam podem se fortalecer a médio prazo — afirmou Jobim em evento virtual da Fundação Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que é ligada ao ex-presidente.
Sem se referir diretamente a bandeira “sem anistia” defendida por boa parte da esquerda, Jobim defendeu a pacificação do país. Ele também afirmou que a gestão de Lula “precisa ter sucesso na economia” e buscar um entendimento com os militares.
—Radicalizar não adianta. Precisamos superar— complementou.