Defesa de Braga Netto contesta vídeo do 8 de janeiro exibido por Moraes em julgamento
A defesa do ex-ministro Walter Braga Netto recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão da Primeira Turma que o tornou réu por tentativa de golpe de Estado. Os advogados também contestaram um vídeo apresentado pelo ministro Alexandre de Moraes durante o julgamento, que mostrava a destruição dos prédios dos Três Poderes nos atos de 8 de janeiro de 2023.
Segundo a defesa, o vídeo exibido não faz parte dos atos investigados pelo STF. Durante a leitura de seu voto, Moraes apresentou imagens dos ataques, trechos de conversas interceptadas pela Polícia Federal e partes da denúncia do procurador-geral da República, Paulo Gonet. Ele também detalhou a suposta participação de integrantes do governo Bolsonaro no planejamento do golpe, que teria começado em junho de 2021, com foco em atacar o sistema eleitoral, espalhar notícias falsas e realizar transmissões ao vivo usando recursos públicos.
O STF esclareceu que o vídeo foi produzido pelo gabinete de Moraes com base em fatos amplamente conhecidos e imagens já utilizadas em julgamentos relacionados aos atos de 8 de janeiro. No entanto, a defesa de Braga Netto argumenta que o vídeo inclui cenas de dois eventos não investigados: a tentativa de invasão à sede da Polícia Federal e a tentativa de explosão de uma bomba perto do Aeroporto de Brasília, em dezembro de 2022.
Além disso, os advogados alegaram que o STF foi omisso ao não analisar o pedido de anulação da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid e ao decidir sobre a alegação de que as defesas não tiveram acesso a todos os elementos da investigação.
