Diretor da PF não exclui a prisão de Bolsonaro em meio a tentativa de golpe
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou nesta segunda-feira que o relatório complementar ao inquérito que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 39 pessoas em uma suposta trama golpista será enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nas próximas semanas. A declaração foi dada ao programa Roda Vida, da TV Cultura.
Rodrigues explicou que a análise do material apreendido na operação Contragolpe, que está diretamente relacionada ao caso sob investigação do STF, será encaminhada em breve. Ele não especificou a data exata, mas acredita que será nas próximas semanas.
Com base nas apreensões realizadas, nos depoimentos coletados e nos que ainda serão tomados, além de outros fatores em apuração, a Polícia Federal finalizará um relatório complementar que servirá de base para a Procuradoria-Geral da República fazer a análise. Um dos focos da PF é investigar o financiamento do suposto plano golpista.
Rodrigues mencionou que o depoimento de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, trouxe novos fatos que serão apurados, como a origem dos valores envolvidos. No entanto, ele destacou que esses detalhes não interferem na conclusão da investigação, que apontou claramente a tentativa de golpe.
O diretor ressaltou que o relatório que indicou responsabilidade criminal a Bolsonaro apresenta “provas” e não “convicções”. Ele afirmou que a Polícia Federal não condena, não denuncia e não pré-julga, mas, no âmbito policial, concluiu que as pessoas indiciadas têm responsabilidade sobre os atos criminosos.