É nele que a nossa alma tem descanso, somente nele a vida tem sentido
Na história da queda do homem, em Gênesis 3, acontece algo que todos nós sempre repetimos.
A história diz que, depois que Adão e Eva pecaram, Deus os chamou para conversar como era de costume.
Porém, eles não responderam e se esconderam. Então, Deus os chamou novamente, e Adão respondeu que, porque ele estava nu, teve medo e se escondeu.
Deus faz duas perguntas para Adão. 1ª) Como ele sabia que estava nu?
e 2ª) se eles haviam comido da árvore do conhecimento do bem e do mal.
Note como Adão respondeu à pergunta de Deus, dizendo: “A mulher que tu me deste, me deu o fruto da árvore e comi”. Adão não assume o seu erro.
Pelo contrário, joga a culpa sobre Eva, e esta acaba por fazer a mesma coisa.
Depois de analisar este versículo e ver como o ser humano é, percebemos que, em várias situações do dia a dia, o ser humano comete o mesmo erro que Adão: joga a culpa no outro. Chamamos isso de “síndrome de Adão”.
Síndrome tem a ver com uma situação médica descrita como um estado caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas, e que pode ser produzido por mais de uma causa.
Infelizmente isso acontece muito nos relacionamentos: família, namoro, estudos, trabalho, amizades, e outros mais. Gostamos de jogar as responsabilidades dos nossos erros sobre os outros. E por que fazemos isso?
Várias podem ser as respostas.
Porém, o que importa destacar é o fato de que, quanto mais procurarmos culpados para justificar nosso erro, mais continuaremos errando.
Precisamos parar de jogar a culpa sobre os outros e assumir os nossos pecados e erros. Este é o primeiro e maior passo para qualquer mudança em nossa vida.
Se atentarmos para a história das civilizações percebemos que o homem busca incansavelmente desgrudar-se do cordão umbilical de Adão.
Não somente em termos históricos, mas cultural e religiosamente, e a maior testemunha somos nós mesmos, de que a existência humana foi formada nas entranhas da desobediência. Assim como Adão procedeu, assim procedemos nós.
Olhar para o relato da queda é olhar para a nossa própria história, que se reproduz cotidianamente em nossa caminhada e nos passos da história que Deus traçou.
Estas realidades são marcantes na caminhada da humanidade gerando a desarmonia familiar que cobre toda a humanidade.
Como no Éden a nudez maior era a da alma, inútil foram as folhas de figueira.
Por mais que o homem busque cobrir a nudez da alma com subterfúgios diversos, todo recurso será pequeno, porque o visível jamais poderá cobrir o invisível.
As novas roupas que são necessárias para cobrir o nosso ser, foram tecidas majestosamente na cruz do calvário.
Adão procurou fugir da presença de Deus, escondendo-se.
A fuga é uma realidade de todos nós, somos errantes peregrinos, procurando os antros dos prazeres mundanos, da intelectualidade, do poder e até da negação da ação de Deus a favor da humanidade.
Por mais duro que possa parecer o diálogo de Deus com Adão, a Verdade de Deus é extremamente reveladora e transformadora, Jesus é a verdade e amor, pois, “Fez o Senhor Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu” Gênesis 3.12.
O primeiro sacrifício quem faz na Bíblia foi o próprio Deus e o faz para vestir o homem.
Este sacrifício apontava para o sacrifício perfeito, de Cristo Jesus na cruz do calvário.
O sangue de Jesus teceu definitivamente uma roupa de: amor, paz e alegria, para as nossas vidas. Apesar de agirmos para com Deus à semelhança de Adão, a Bíblia diz que “Deus prova o seu amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. ” Romanos 5.8.
Portanto, a síndrome de Adão está impregnada em nós, porque a síndrome é de cada um, e o melhor a fazer é buscar o Verbo da Vida, Jesus.
Ele é quem definitivamente desarticula os nossos planos de morte.
É nEle que a nossa alma tem descanso, somente nEle a vida tem sentido.
Glória a Deus, por isso!
Salete Sartori colunista do Devocional do dia