Ele o susterá; jamais permitirá que o justo caia

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Ouve-me e responde-me! Os meus pensamentos me perturbam, e estou atordoado. (Sl 55.2)

No Salmo 55, mais uma vez, o salmista faz a oração inteligente, isto é, põe para fora os seus temores sem cortes e sem acanhamento.

“Meus pensamentos me perturbam”; “Estou atordoado diante da gri­taria dos ímpios”; “O meu coração está acelerado”; “Os pavores da morte me assaltam”; “Temor e tremor me dominam”; “O medo tomou conta de mim” (Sl 55.2-5).

A estratégia que ele usa para continuar vivo, para não se decepcio­nar com a vida, para não amarrar o rosto, para não se entregar ao álcool, para não descambar para a descrença, para não enlouquecer, para não se enfurecer contra tudo e contra todos, para não dar um tiro no ouvido – funciona perfeitamente.

É a tal oração inteligente, a oração do desa­bafo, aquela que é capaz de derramar e espalhar perante o Senhor todas as dores, todos os medos, todas as cruzes, todos os espinhos, todos os fantasmas. O salmista não esconde: “À tarde, pela manhã e ao meio-dia choro angustiado, e Deus ouve a minha oração” (Sl 55.17).

A oração inteligente dá tão certo que, depois de falar de si o tempo todo, o poeta interrompe bruscamente o seu discurso e dirige ao leitor a exortação: “Entregue suas preocupações ao Senhor e ele o susterá; jamais permitirá que o justo venha a cair” (Sl 55.22)!

Salete Sartori colunista do Devocional do Dia

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