Em reunião com ministros, Bolsonaro indica que vai insistir em pressão sobre Supremo

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Reunido com sua equipe ministerial para avaliar a repercussão das manifestações de terça, o presidente Jair Bolsonaro indicou que pretende seguir pressionando politicamente o Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Alexandre de Moraes. No seu discurso, Bolsonaro já tinha dito que não pretendia cumprir ordens que viessem de Moraes. Mas quer um respaldo jurídico para evitar que essa ação seja considerada crime de responsabilidade, como avisou hoje o próprio presidente do Supremo, Luiz Fux. Na conversa com os ministros, Bolsonaro se referiu mais de uma vez ao que classificou como “escalada autoritária” do STF. Sua fala, como costuma acontecer nessas reuniões, foi apoiada pelos outros ministros.

A manobra, que foi vista quase como uma espécie de oficialização de uma tentativa de golpe contra os outros Poderes, sequer foi discutida na reunião ministerial. Além da pressão política contra o Supremo, Bolsonaro pediu para que seja acelerada a solução para o valor do jogo Bolsa Família, rebatizado como Auxílio Brasil. O presidente reconheceu que há um desgaste muito grande de seu governo entre a população mais vulnerável por causa dos efeitos da inflação e do desemprego. Alguns ministros defenderam que o valor do benefício seja superior a R$ 300 para que tenha impacto positivo. Mas admitem a dificuldade para que essa conta feche. De qualquer jeito, o presidente avaliou que medidas concretas precisam ser anunciadas brevemente nessa área para tentar reverter o desgaste político sofrido pelo governo.

Bolsonaro tinha sido informado previamente sobre o tom da reação do presidente da Câmara, Arthur Lira. E ficou satisfeito por ver que sua fala não incluiu qualquer indicativo de apoio a um eventual pedido de impeachment. Com Lira ainda alinhado, o presidente avalia que será possível conter a pressão da oposição e partidos como PSDB e PSD pela abertura de processo que ameace seu mandato.

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