Estouro da meta: mercado financeiro prevê inflação de 4,62% em 2024

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Os analistas revisaram para cima a projeção da inflação para 2024, enquanto a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro foi mantida, conforme o Relatório Focus do Banco Central divulgado nesta segunda-feira, 11. A pesquisa semanal do Banco Central (BC) com economistas revelou que a mediana das previsões para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024 subiu pela sexta semana consecutiva, de 4,59% para 4,62%, acima do teto da meta de 4,50%. Um mês atrás, a previsão era de 4,39%. Considerando as 151 projeções mais recentes, a previsão se manteve em 4,60%.

Se essa previsão se confirmar, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, terá que escrever sua terceira carta aberta explicando o descumprimento da meta. No início do próximo ano, Campos Neto será substituído por Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Para 2025, a mediana da inflação subiu de 4,03% para 4,10%, mais próxima do teto de 4,50% do que do centro da meta de 3%. A partir do próximo ano, a meta será contínua, baseada no IPCA acumulado em 12 meses. Se o índice ficar fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, o BC terá descumprido a meta. Considerando as 149 projeções mais recentes, a mediana para o IPCA de 2025 passou de 4,07% para 4,13%.

Para 2026, a mediana da inflação subiu de 3,61% para 3,65%, na segunda semana consecutiva de alta. A estimativa intermediária para 2025 se manteve em 3,50%, como já está há 71 semanas. Para 2027, a previsão permaneceu em 3,50%.

O Comitê de Política Monetária (Copom) considera o segundo trimestre de 2026 como horizonte relevante da política monetária, esperando um IPCA de 3,60% nos quatro trimestres fechados nesse período, com a taxa Selic do Focus e o dólar começando em R$ 5,75 e evoluindo conforme a paridade do poder de compra (PPC). No cenário de referência, o Banco Central espera que o IPCA termine 2024 em 4,60% e desacelere para 3,90% em 2025.

A mediana das projeções para o crescimento do PIB brasileiro em 2024 se manteve em 3,10%, abaixo das estimativas do Banco Central e do Ministério da Fazenda, de 3,20%. Considerando as 111 projeções mais recentes, a mediana passou de 3,10% para 3,12%.

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