Etiópia declara ataque a capital da região do Tigray

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O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, diz que está lançando a “fase final” da operação do exército na região norte de Tigray, após semanas de combates.

Ele disse que os militares tentariam não prejudicar os civis na capital regional, Mekelle – uma cidade com 500 mil habitantes – e pediu aos moradores que fiquem em casa.

O partido TPLF, que controla Mekelle, prometeu continuar lutando.

A ONU alerta para possíveis crimes de guerra se o exército etíope atacar Mekelle.

O anúncio de Abiy veio após o prazo que ele deu para os lutadores do Tigray se renderem na quarta-feira.

Segundo relatos, centenas de pessoas foram mortas e milhares foram forçados a deixar suas casas quando as forças etíopes tomaram várias cidades em Tigray da TPLF.

No entanto, detalhes do conflito são difíceis de confirmar porque todas as comunicações por telefone, celular e internet com a região de Tigray foram cortadas.

Três representantes da União Africana chegaram à capital da Etiópia, Adis Abeba, para tentar intermediar as negociações, mas a Etiópia até agora rejeitou todas as tentativas de mediação, dizendo que o conflito é um assunto interno e que o governo de Abiy está envolvido em uma missão de aplicação da lei em Tigray.

Os três enviados não terão permissão para viajar para Tigray.

O que PM Abiy disse?

Ele ordenou que os militares etíopes lançassem uma ofensiva contra Mekelle na “terceira e última fase” da campanha militar do governo federal contra a TPLF.

Abiy disse que “grande cuidado” será tomado para proteger os civis e “todos os esforços” serão feitos para limitar os danos a Mekelle.

Ele pediu às pessoas em Mekelle e arredores que se desarquem, fiquem em casa e fiquem longe de alvos militares.

Locais religiosos e históricos, instituições e áreas residenciais não seriam visados, disse ele.

Como o TPLF está respondendo?

O líder do poderoso partido regional, Debretsion Gebremichael, disse que as forças de Tigray estão “prontas para morrer em defesa de nosso direito de administrar nossa região”.

Estima-se que os combatentes da TPLF, oriundos principalmente de uma unidade paramilitar e de uma milícia local bem treinada, totalizem cerca de 250.000. Alguns analistas temem que possa se transformar em um conflito de guerrilha.

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