fenômeno climático faz termômetros dispararem em diversas cidades brasileiras
Nesta quarta-feira (22), o Brasil enfrenta uma onda de calor intensa, destacando-se a região Sudeste. As temperaturas elevadas persistem, especialmente em São Paulo, onde a sensação térmica é comparada a uma panela de pressão, com os termômetros ultrapassando facilmente os 30ºC. Esse cenário de calor extremo também se repete no Rio de Janeiro, Minas Gerais e no interior paulista, em cidades como Presidente Prudente, Franca e São José do Rio Preto. A previsão meteorológica indica chuvas irregulares e localizadas, que podem atingir alguns bairros enquanto outros permanecem secos, principalmente nas capitais São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.
As chuvas podem ser mais intensas em áreas serranas do Rio de Janeiro, acompanhadas de ventos que podem ultrapassar 70 km/h. No oeste paulista, especialmente em Presidente Prudente, e no leste de Mato Grosso do Sul, as pancadas de chuva também podem ser fortes. Apesar das precipitações, o calor continua predominando nessas regiões. No Norte do país, o estado do Pará requer atenção especial devido a instabilidades atmosféricas que podem trazer riscos significativos.
O clima típico de verão se mantém na maior parte do Centro e Sul do Brasil, com temperaturas elevadas. No Espírito Santo, a capital Vitória não deve registrar chuvas, enquanto no Rio Grande do Sul e no norte do Paraná, a umidade está mais baixa. As temperaturas máximas previstas para esta quarta-feira (22) são de 33 °C em São Paulo, 36 °C em Vitória, 34 °C em Porto Alegre e 31 °C em Fortaleza. A expectativa é de que as chuvas se intensifiquem nesta quinta-feira (23) em São Paulo, com previsão de precipitações ainda mais fortes.
Na última segunda-feira (20), a região Sudeste registrou oito das dez maiores temperaturas do país, destacando-se Niterói (RJ) com 38,9°C, Alegre (ES) com 38,6°C, e Cambuci e Silva Jardim (RJ) com 38,4°C. Segundo especialistas da Climatempo, o calor intenso resulta da combinação de três fatores principais: redução da nebulosidade, fortalecimento de um sistema de alta pressão atmosférica e o aquecimento adiabático.
Aquecimento adiabático
O aquecimento adiabático ocorre quando o ar é comprimido ao descer para a superfície, elevando sua temperatura sem troca de calor com o meio externo. Esse fenômeno é comum em regiões de alta pressão, onde o ar seco dificulta a formação de nuvens, permitindo que a radiação solar aqueça diretamente o solo. A Climatempo também destaca a influência do sistema de alta pressão, que cria uma “tampa atmosférica” e impede o deslocamento do ar quente. Essa condição, junto com a baixa cobertura de nuvens, intensificou o calor em estados como Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo.
Eventos de calor extremo como o atual são agravados pelas mudanças climáticas globais, que aumentam a frequência e a severidade dos fenômenos meteorológicos. Segundo um relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), o planeta já aqueceu cerca de 1,1°C desde a era pré-industrial, intensificando ondas de calor em regiões urbanizadas como o Sudeste brasileiro.
Em São Paulo, por exemplo, a temperatura média aumentou cerca de 2°C nos últimos 50 anos, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). As projeções indicam que, até 2050, o estado pode enfrentar verões com temperaturas regulares entre 35°C e 40°C, se não houver redução significativa nas emissões de gases de efeito estufa. Estudos também apontam que ondas de calor prolongadas impactam a qualidade do ar, a saúde pública e os recursos hídricos. Com o aumento do consumo de energia para refrigeração e a diminuição das chuvas, a situação torna-se um alerta para a necessidade de maior planejamento urbano e políticas climáticas eficazes.
O calor intenso deve persistir nos próximos dias. Estados do Sudeste devem ter apenas algumas pancadas de chuva, mas sem queda de temperatura, já que não há previsão de grandes massas de ar polar.
