Fortes chuvas em Pernambuco provoca inundações e número de mortos chega a 93, e quase 5 mil desabrigados; vídeos
Pernambuco está de luto. Este estado do nordeste brasileiro já tem 93 mortos devido às fortes chuvas na região metropolitana de Recife, a capital, enquanto equipes de resgate e voluntários buscam contra o relógio mais de 26 pessoas desaparecidas.
As inundações, deslizamentos de terra e desabamento de casas se intensificaram neste fim de semana, apesar das chuvas terem começado na terça-feira passada. Quase 5.000 pessoas estão desabrigadas ou foram deslocadas. O estado de emergência foi declarado em 14 municípios.
“Estamos trabalhando com força total, mobilizando os recursos disponíveis, buscando profissionais de vários estados brasileiros com experiência em resgate de deslizamentos, além de apoio às áreas atingidas por terra, água e ar”, disse o secretário de Defesa Social, Humberto Freire.
As chuvas também atingiram outros estados, como Alagoas –com uma morte e 10 mil afetados–, Sergipe, Paraíba e Piauí. Mas a magnitude da tragédia vivida em Pernambuco lembra a de fevereiro em Petrópolis , no Rio de Janeiro, quando 178 pessoas perderam a vida. Também aos registrados em dezembro e janeiro na Bahia e Minas Gerais , com 26 e 30 óbitos, respectivamente.
“Tivemos problemas semelhantes em Petrópolis, no sul da Bahia, no norte de Minas, ou no ano passado no Acre. Infelizmente, essas catástrofes acontecem , um país continental tem seus problemas”, disse o presidente Jair Bolsonaro na segunda-feira após fazer um sobrevoo de helicóptero sobre a área afetada.
O presidente tentou pousar no local, mas por recomendação dos pilotos e “dada a inconsistência do solo”, eles finalmente não conseguiram.
“Estamos obviamente tristes e expressamos nosso pesar aos familiares”, disse Bolsonaro, que anunciou ajuda às vítimas. Por seu lado, o ministro do Desenvolvimento Regional, Daniel Ferreira, explicou que serão destinados 1.000 milhões de reais (cerca de 198 milhões de euros) à catástrofe.
A extrema-direita, que se prepara para as eleições de outubro, tenta reparar o erro cometido durante a tragédia na Bahia. Enquanto as mortes aumentavam e milhares de pessoas ficavam desabrigadas, ele aproveitava as férias e se apresentava diante dos fotógrafos andando de ‘jet ski’, uma embarcação.
Construções precárias
Os problemas das catástrofes dos últimos meses são semelhantes. Não apenas o clima ou a topografia influenciam essas tragédias, mas também a vulnerabilidade das moradias precárias da população, muitas delas localizadas em áreas de risco, como morros.
“Não adianta receber o alerta e não saber o que fazer. Recebi alerta de que está chovendo muito, mas para onde vou? Para onde vou levar minha família?”, questiona Leonardo Farah, especialista em gestão de risco, em entrevista ao portal G1 .
Na sua opinião, além de alertar a população, é preciso também dar condições de moradia e mitigação de riscos às pessoas que podem ser afetadas por deslizamentos e inundações.
Nos mesmos termos, Margarete Amorim, especialista em climatologia urbana, se expressou em declarações ao O Globo: “A questão principal é a ocupação do solo, o uso adequado do solo. Não há trabalho para evitar mais mortes, em Recife ou em qualquer parte do Brasil, isso não implica em retirar pessoas dessas áreas. No longo prazo, são necessárias políticas públicas de habitação”.
Especialistas também defendem a implantação de programas de reflorestamento de bacias e encostas, que servem como barreira aos deslizamentos.
Não sei porque tem trazer pra hoje a culpa de todas tragédias . No Brasil nunca tiveram preocupação de ocupação de áreas de reserva , de risco e até áreas do estado , como estradas e vias férreas . Eu acho que tá hora de deputados e senadores criarem leis mais rígidas e sistema habitacional com boa infraestrutura para pessoas que vivem nestas áreas . Ser rígido nao deixar viver nesta áreas , que trás risco de saúde e vidas destas pessoas .