G7 exige que Rússia devolva controle de usina de Zaporizhzhia à Ucrânia em meio a temores de um incidente nuclear
A usina de Zaporizhzhia, a maior da Europa, foi bombardeada várias vezes, levantando temores de um incidente nuclear.
Os ministros das Relações Exteriores das potências econômicas do Grupo dos Sete (G7) pediram a Moscou que devolva imediatamente a usina nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia, ao controle total da Ucrânia, em meio a crescentes temores de um possível desastre.
“O pessoal ucraniano responsável pela operação da usina nuclear de Zaporizhzhia deve ser capaz de desempenhar suas funções sem ameaças ou pressões”, disse o comunicado divulgado na quarta-feira. “É o domínio contínuo da Rússia sobre a usina nuclear que põe em perigo a região.”
A usina, que fica perto da cidade de Enerhodar, no sul, e é a maior da Europa, foi bombardeada várias vezes e foi parcialmente danificada no fim de semana passado. No entanto, diz-se que a infraestrutura crítica permanece intacta.
Rússia e Ucrânia culpam-se mutuamente pelos ataques. As acusações não podem ser verificadas de forma independente.
Por iniciativa da Rússia, o Conselho de Segurança das Nações Unidas deve abordar o bombardeio na quinta-feira em Nova York. O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, deve informar o conselho.
Os ministros das Relações Exteriores do G7 alertaram que as ações da Rússia aumentam significativamente o risco de um incidente nuclear e colocam em risco o povo da Ucrânia, os estados vizinhos e o mundo.
Eles enfatizaram “a importância de permitir que especialistas da AIEA sejam enviados à usina nuclear de Zaporizhzhia para abordar questões e medidas de segurança e proteção nuclear”.
John Hendren, , reportando de Kiev, disse que o chefe da empresa estatal de energia nuclear da Ucrânia, Energoatom, disse à rede que a Rússia queria desconectar a usina do sistema de energia ucraniano.
“Ela [a Rússia] quer pegar toda a energia e reconectá-la a uma instalação nuclear da Crimeia para que a energia e todas as conexões estejam totalmente em território russo”, disse Hendren, parafraseando o presidente da Energoatom, Petro Kotin.
‘Nação terrorista’
Separadamente, na quarta-feira, Kiev acusou a Rússia de explorar sua posição na usina nuclear para atingir a cidade vizinha de Marhanets em um ataque com foguete que matou pelo menos 13 pessoas e deixou muitas outras gravemente feridas.
Não houve comentários imediatos da Rússia sobre as alegações ucranianas de um ataque com foguete em Marhanets.
Moscou diz que não visa deliberadamente civis no que chama de “operação militar especial” na Ucrânia, destinada a salvaguardar preventivamente sua própria segurança.
Andriy Yermak, chefe de gabinete do presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy, acusou a Rússia de lançar ataques contra cidades ucranianas com impunidade da usina nuclear de Zaporizhzhia, sabendo que era arriscado para a Ucrânia revidar.
“Oitenta foguetes reativos disparados contra prédios residenciais”, escreveu Yermak no serviço de mensagens Telegram, referindo-se ao ataque a Marhanets.
“A nação terrorista continua lutando contra civis. Os covardes russos não podem fazer mais nada, então eles atacam cidades ignóbilmente escondidas na usina atômica de Zaporizhzhia”, escreveu ele.