Guedes comemora dados positivos de maio, mas alerta que recuperação real depende de aprovação de novas medidas

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Os dados de maio de setores como comércio, indústria e agricultura estão surpreendendo positivamente. Os números resultam principalmente de ações do governo no combate ao novo coronavírus, porém, uma recuperação mais forte da economia depende da aprovação de novas medidas neste segundo semestre.

O alerta é do ministro da Economia, Paulo Guedes, citando dados divulgados nesta quarta-feira (8) de vendas no varejo, da produção industrial e da safra agrícola.

O titular da Economia vinha dizendo que havia a possibilidade de a economia não sofrer tanto quanto o previsto, o que pode estar se confirmando pelos últimos números da atividade econômica no país.

O ministro destacou que as vendas no varejo em maio ficaram melhores do que as previsões de especialistas na comparação com o mês de abril. Elas cresceram quase 14%, enquanto economistas acreditavam que a alta ficaria entre 6% e 7%. Mas, em relação ao mesmo período do ano passado, foi registrada uma queda de 7%.

Ou seja, houve uma melhora nas vendas do comércio, muito em função do pagamento de benefícios como o auxílio emergencial, que injeta mensalmente R$ 50 bilhões na economia. No entanto, a recuperação ainda é muito gradual e o movimento está muito abaixo do registrado ano passado.

Na indústria, os dados repassados ao ministro indicam que em maio houve uma recuperação em 12 dos 15 locais pesquisados. Ou seja, o setor industrial também está num início de melhora.

A safra agrícola, que vai bater novo recorde, registrou crescimento de 0,6% em junho, devendo ficar na casa das 247,4 milhões de toneladas.

Há dúvidas, porém, sobre a sustentabilidade desse início de recuperação. Um risco é estados que estão começando a reabrir suas atividades serem obrigados a recuar de suas decisões.

Além disso, o auxílio emergencial tem data para acabar, em agosto, e o governo não tem condições de seguir com pagamentos aos beneficiários na casa de R$ 600.

Por isso, o ministro Paulo Guedes tem dito em suas conversas com o presidente Jair Bolsonaro, parlamentares e empresários que é preciso avançar na aprovação de medidas que vão garantir a volta do investimento no país.

Nesta linha, Guedes cita ações como a aprovação do novo marco regulatório do gás, a criação do programa Renda Brasil, mudanças no modelo de exploração de petróleo no Brasil e privatização de quatro grandes estatais.

Segundo o ministro, é preciso criar uma rede de proteção social eficaz, em substituição ao auxílio emergencial, porque o desemprego e o nível de pobreza no país vão aumentar por causa da recessão que será provocada pela crise do coronavírus.

Além disso, afirma Guedes, é necessário adotar medidas que garantam a volta do investimento para uma recuperação mais forte ao final de 2020 e no ano que vem.

Os últimos números da economia geram pelo menos um certo otimismo, de que a recessão não deve ficar perto dos 10%. As previsões agora apontam para uma retração da atividade econômica no país entre 6% e 7%, que já será a pior da história brasileira.

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