Ilhas perdidas sob o Mar do Norte sobreviveram a um megatsunami

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Algumas ilhas antigas, agora submersas no Mar do Norte, sobreviveram a um tsunami devastador há muito tempo arás. Ainda mais, elas podem ter desempenhado um papel fundamental na pré-história humana da Grã-Bretanha, de acordo com um novo estudo.

Logo, a pesquisa sugere que algumas partes da antiga planície conhecida como Doggerland e que ligava a Grã-Bretanha à Holanda resistiram ao enorme tsunami Storegga. O megatsunami submergiu a maior parte da região por volta de 6200 aC.

O Storegga foi causado pelo colapso subaquático de um pedaço da plataforma continental da Noruega, cerca de 800 quilômetros ao norte. Os cientistas há muito pensavam que a onda gigantesca submergia inteiramente a região de Doggerland entre a costa leste da Inglaterra e o continente europeu.

Mas a nova pesquisa, baseada em amostras de sedimentos submersos durante expedições de navios no Mar do Norte, mostram que algumas partes de Doggerland sobreviveram ao antigo tsunami. E mais, podem ter permanecido habitadas por humanos da Idade da Pedra por milhares de anos.

Ilhas sobreviventes de Doggerland

Se a teoria for confirmada, as ilhas de Doggerland podem ter desempenhado um papel no desenvolvimento posterior da Grã-Bretanha. Por exemplo, na introdução da agricultura, há cerca de mil anos depois, disse o coautor do estudo Vincent Gaffney, arqueólogo da Universidade de Bradford.

De qualquer forma, foi um período ruim para quem sobreviveu, ressalta Gaffney ao Live Science. No entanto, não foi o fim de Doggerland.

Agora, os cientistas acreditam que a região submersa foi exposta pelo recuo da calota de gelo do norte no final da última era glacial, há 12.000 anos.

megatsunami
O tsunami Storegga em cerca de 6200 aC causou um mega tsunami em todo o Atlântico Norte; sedimentos reveladores deixados pelo tsunami foram descobertos na região.(Crédito da imagem: Projeto Fronteiras Perdidas da Europa / Universidade de Bradford / M. Muru)

Cerca de 10.000 anos, Doggerland era uma paisagem de lagoas, pântanos, rios, lagos e florestas. Pode ter sido uma das áreas de caça e pesca mais ricas da Europa no período mesolítico.

O projeto Europe’s Lost Frontiers está liderando os esforços para investigar a arqueologia de Doggerland e reconstruir a paisagem antiga como ela se apresentava antes de afundar sob as ondas. Então, os cientistas descobriram que, na época do tsunami Storegga, grande parte de Doggerland já estaria submersa devido ao aumento do nível do mar, disse Gaffney.

Tsunami não destruiu o arquipélago

Entretanto, um notável núcleo de sedimentos do fundo do mar, perto do estuário do leste inglês do rio Ouse, conhecido como Wash, mostra que a terra permaneceu acima da água por muitos anos ainda. Mesmo após o tsunami.

Modelos de computador sugerem outras regiões próximas também sobreviventes como ilhas isoladas, relata Gaffney.

Concluindo, os pesquisadores agora apelidaram essas ilhas de “Arquipélago Dogger” e acredita-se que as partes mais altas de uma região central – conhecida atualmente como “DoggerHills” – também tenham sobrevivido ao tsunami de Storegga. Tornando-se então a “Ilha Dogger”.

Embora inicialmente tenham permanecido em terra firme, as ilhas afundariam um pouco mais de 1000 anos depois, com o aumento do nível do mar, causado pelo aquecimento do clima.

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