Inter cita “rugby” e abre discussão para terminar Gauchão fora do RS

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O Inter, que tanto lutou pelo retorno do Gauchão, começa a aparentar um desgaste após duas partidas. Há um incômodo pelas condições dos gramados no interior do Estado.

O clube trabalha para que o Beira-Rio ou, pelo menos o CT da base em Alvorada, seja liberado, mas as respectivas prefeituras mantêm os vetos. Sem um norte neste momento e com cada vez mais restrições, abre o debate até para que a competição rompa fronteiras e tenha a fase final fora do Rio Grande do Sul.

A derrota por 1 a 0 no Gre-Nal ocorreu no Centenário, em Caxias do Sul. Na ocasião, o Colorado era o mandante. Já o empate em 1 a 1 com o Esportivo, na noite de sábado, ocorreu na casa do time de Bento Gonçalves, a Montanha dos Vinhedos. Em comum, reclamação às condições dos campos.

Eduardo Coudet bradou nos microfones. Chegou a dizer que, se for para seguir com partidas em gramados assim, que “se busque outro treinador”. Um dos motivos do descontentamento era pela areia em demasia no campo de Bento Gonçalves.

Má aparência e excesso de areia foram alvo de reclamação do Inter

O vice de futebol Alessandro Barcellos minimizou o discurso do argentino. Lembrou as dificuldades decorrentes do inverno no Estado, mas ponderou que o futebol não pode ser uma disputa de “jardas”, como ocorre no rugby e no futebol americano.

  • Não se trata de nenhuma desistência, e sim de uma constatação. O Inter é treinado e está preparado para jogar futebol, não rugby. Não podemos nivelar por baixo o futebol gaúcho. O que dizemos é que trabalhamos para superar as dificuldades extracampo.

“Estamos em jogos que tem que ganhar espaço, jardas, em bolas aéreas, para fazer os gols. Tanto que hoje (sábado) os dois foram de bola parada” (Alessandro Barcellos, vice de futebol)

A situação causa preocupação porque na próxima quarta o Inter disputa a última rodada da primeira fase do segundo turno e ainda não sabe o palco da partida. A direção trava debates com a Federação Gaúcha de Futebol e as prefeituras mais diversas.

Conforme apurado pelo ge, o Estádio dos Eucaliptos, do Avenida, em Santa Cruz do Sul, foi consultado. A convicção, entretanto, é que não há lugar melhor que o Beira-Rio e o centro de treinamentos das categorias de base.

Estádio dos Eucaliptos, em Santa Cruz do Sul, é opção

Nós, que sempre trabalhamos para a volta do futebol, trabalharemos para superar esses obstáculos. Aproveitamos para chamar a atenção das autoridades públicas sobre a relação que os protocolos têm com os casos. Estamos cientes de que não há nexo. Pedimos a compreensão e a avaliação técnica – reforça Barcellos.

A Arena Alviazul, do Lajeadense, também é alternativa ao Inter. Mas a solução pode estar até mesmo além das divisas territoriais do Estado.

“Precisamos pensar inclusive em terminar o Gauchão fora do Rio Grande do Sul. Para que se possa ter uma qualidade nos jogos, por tudo isso que está acontecendo. Temos que pensar nisso tudo até para a imagem da competição” (Barcellos)

A ideia, diga-se, não tem sequer um local como alternativa. O Campeonato Catarinense, por exemplo, foi suspenso após o governo estadual proibir a prática esportiva até 7 de agosto.

  • Não tenho essa resposta (de local), mas levanto aqui como questionamento, para que possa elevar o nível. Daqui a pouco não teremos estádios para jogar. Corre-se o risco de ter o fim do campeonato prejudicado – finaliza Barcellos.

Assim, reina a expectativa do próximo local do confronto do Inter. Na última rodada, o time enfrenta o Aimoré. A partida será disputada na quarta-feira, às 21h30. Os comandados de Coudet lideram o Grupo A com oito pontos.

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