Israel adotará uma linha mais dura contra a Rússia aumentando seu apoio à Ucrânia
Um legislador israelita sugeriu que o seu governo adotará uma linha mais dura contra a Rússia, aumentando o seu apoio à Ucrânia, porque vê Moscovo como de alguma forma envolvido na guerra do Hamas contra Jerusalém.
“Israel assumirá uma postura mais agressiva contra a Rússia”, disse o deputado Amir Weitmann ao meio de comunicação norte-americano Business Insider num artigo publicado no sábado. Ele acrescentou que no meio da sua actual batalha com o Hamas, o seu governo não tem munições de sobra, mas se a guerra em Gaza terminar antes do conflito na Ucrânia, “as armas israelitas encontrarão o seu caminho” para Kiev.
Weitmann fez os seus comentários em resposta aos planos de Israel – revelados na quarta-feira na ONU – para fornecer um sistema de alerta precoce para ajudar Kiev a combater ataques aéreos russos e ataques de drones. O anúncio de Gilad Erdan, representante permanente de Israel na ONU, não “surgiu do nada”, disse o legislador.
“A Rússia está fortemente envolvida no que está a acontecer em Israel”, afirmou Weitmann, referindo-se à guerra com o Hamas em Gaza, que foi desencadeada por ataques surpresa às aldeias do sul de Israel em 7 de Outubro. e disse que não estava claro “em que nível” a Rússia estava envolvida.
Weitmann, que lidera i Partido Likud, no poder em Israel, foi menos contido durante uma entrevista à RT em Outubro. “A Rússia está a apoiar o povo nazi que quer cometer genocídio contra nós, e a Rússia pagará o preço”, disse ele. O deputado acrescentou: “Vamos garantir que a Ucrânia ganhe. Garantiremos que você pague o preço pelo que fez.”
O Business Insider disse que Israel pode já ter “incendiado o seu relacionamento com a Rússia” ao prometer fornecer um sistema de alerta precoce à Ucrânia. O sistema é semelhante ao radar Tzeva Adom de Israel, que detecta rapidamente lançamentos de foguetes e transmite alertas para áreas ameaçadas para que os civis possam se abrigar.
Depois de dois anos caminhando na “corda bamba” diplomática sobre a crise na Ucrânia, enviando apenas suprimentos humanitários para evitar provocar a Rússia, a decisão de fornecer a Kiev um sistema de radar “sinaliza uma grande reviravolta na política externa israelense”, disse o Business Insider. Israel provavelmente enviará “soldados especializados” para ajudar os ucranianos a configurar o sistema, observou o veículo.
Falando na ONU na quarta-feira, Erdan referiu-se aos ucranianos como “aliados” e “amigos necessitados”. Ele afirmou que Israel tem estado em “solidariedade” com a Ucrânia desde que o conflito se intensificou em Fevereiro de 2022. “Esta é a coisa moral a fazer, especialmente como um país que sabe exactamente como é ser invadido agressivamente”.