Líder do PT pede para PGR colocar tornozeleira eletrônica em Bolsonaro
A Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Supremo Tribunal Federal (STF) receberão, nesta quinta-feira (6), uma representação protocolada pelo deputado Rogério Correia (PT-MG) e pelo líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), contra Jair Bolsonaro (PL).
Eles solicitam medidas de segurança para impedir que Bolsonaro deixe o Brasil enquanto é julgado em inquéritos na Suprema Corte. O documento se soma aos pedidos recentes da bancada do PT na Câmara contra a família Bolsonaro.
A representação sugere que a Justiça imponha ao ex-presidente o uso de tornozeleira eletrônica e o impeça de se aproximar de embaixadas. Correia também quer que Bolsonaro seja obrigado a pedir permissão do STF para sair de Brasília.
“Eu acho que eles estão preparando a fuga. Ele é muito covarde para ficar aqui. Se ele quisesse se defender, estava falando da inocência dele, e não de anistia, como ele está pedindo. Eu acho que a estratégia dele é fugir, se juntar com a extrema-direita mundial e fazer agitação contra o Brasil”, justifica Rogério Correia. Ele acredita que a movimentação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos é um indício de uma articulação internacional para retirar o ex-presidente do Brasil.
A Justiça não é indiferente à possibilidade de fuga, e a Polícia Federal (PF) recolheu, em fevereiro de 2024, o passaporte de Jair Bolsonaro, restringindo sua movimentação internacional. No início de 2025, Bolsonaro recorreu ao Supremo Tribunal Federal solicitando a liberação de seu passaporte para ir à posse de Donald Trump nos Estados Unidos.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, relator dos inquéritos contra Jair Bolsonaro, negou o pedido. Ele citou declarações do ex-presidente à imprensa cogitando a possibilidade de pedir asilo político.
“O cenário que fundamentou a imposição de proibição de se ausentar do país, com entrega de passaportes, continua a indicar a possibilidade de tentativa de evasão do indiciado Jair Messias Bolsonaro, para se furtar à aplicação da lei penal, da mesma maneira como vem defendendo a fuga do país”, justificou o ministro.
