Lula condena Israel na ONU, e ataca Netanyahu
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a gravidade da situação nos territórios palestinos ocupados e no Líbano na quarta-feira, e pediu aos países com influência sobre Israel que o façam pôr fim ao “genocídio” contra os palestinos.
O presidente brasileiro destacou que o número de mortos no Líbano após os ataques israelenses é o “maior número de mortos desde a guerra civil” que ocorreu naquele país entre 1975 e 1990, ao responder a uma pergunta da Anadolu sobre a situação no Líbano e a possibilidade de um embargo de armas a Israel como resultado de suas ações na região.
Observando que mulheres e crianças estão entre as vítimas civis no Líbano, da Silva afirmou que aproximadamente 10.000 pessoas também foram deslocadas
Observando o processo judicial em andamento no Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, da Silva observou que o primeiro-ministro não cumpriu as decisões da ONU, apesar da adoção de uma resolução de cessar-fogo pelo Conselho de Segurança da ONU.
Ele enfatizou o compromisso do Brasil em fortalecer a ONU “como uma ferramenta que tem força para tomar decisões e fazer as coisas acontecerem”, e acrescentou: “Acredito sinceramente que os países que transmitem apoio ao primeiro-ministro Netanyahu devem se esforçar mais para impedir esse genocídio”.
Da Silva condenou as ações do governo israelense contra os palestinos.
“Estou absolutamente certo de que a maioria do povo de Israel não concorda com esse genocídio”, disse ele.
O presidente brasileiro observou que enquanto alguns países estão se esforçando para tornar o mundo um lugar melhor, outros estão matando pessoas. “Não há explicação para isso”, disse ele.
Instando o grupo de resistência palestino, Hamas, a contribuir para o retorno “das coisas à normalidade” libertando os reféns feitos em um ataque transfronteiriço em outubro passado, ele encorajou Israel a também libertar prisioneiros palestinos.
Ele acrescentou que é impossível para a humanidade continuar vivendo como se o que está acontecendo em lugares como Gaza, Sudão e a Cisjordânia ocupada fosse normal.
Ele enfatizou a necessidade de a ONU “desempenhar um papel importante” e lembrou aos repórteres que ela “não tem força para criar o Estado palestino” como teve força para criar o Estado de Israel.
Ele também enfatizou a importância da criação do estado da Palestina para que ambos os lados “vivam em harmonia”.