Lula garante que se Putin for ao Brasil não será preso
Luiz Inácio Lula da Silva garantiu que Vladimir Putin não será preso caso viaje ao Brasil, apesar de seu país ter ratificado o Estatuto de Roma de 1998, pelo qual foi instituído o Tribunal Penal Internacional. O presidente brasileiro fez essas declarações em entrevista ao Firstpost durante sua estadia na Índia para participar da Cúpula do G20.
“Gostamos de tratar bem as pessoas. Então acho que Putin poderá ir ao Brasil facilmente. Posso dizer que, se eu sou o presidente do Brasil e ele vier ao Brasil, não há razão para que o impeçam, “, declarou, ressaltando que “as pessoas têm que levar isso muito a sério”, pois “tentar impedir isso no Brasil é um desrespeito ao Brasil”.
Foi assim que o presidente comentou a sugestão de que as autoridades brasileiras devem cumprir o mandado de prisão emitido em março contra Putin pelo Tribunal Penal Internacional caso o presidente russo decida participar da próxima Cúpula do G20, que será realizada no país sul-americano. .
Lula acrescentou que, antes da próxima reunião do G20, a cúpula do bloco BRICS acontecerá na Rússia. “E vou à [cimeira] dos BRICS na Rússia”, disse ele, observando que acredita que líderes de outros países membros também estarão presentes no evento.
“A guerra não é solução para nada e o diálogo poderia ajudar muito mais”
Quanto à questão da pouca atenção que tem sido dada ao conflito ucraniano em Nova Deli, o presidente brasileiro destacou que a cimeira do G20 não é o local apropriado para discutir o assunto e que seria melhor fazê-lo durante a Conferência Geral da ONU. Assembleia, que será realizada no dia 19 de setembro.
“Este é o lugar onde podemos tentar falar sobre a paz. Este é o lugar onde podemos sentar Putin e Zelensky numa mesa de negociações, já que ninguém quer a guerra”, sublinhou, acrescentando que é necessário “convencê-los a que a guerra não é a solução para nada e que o diálogo, a diplomacia e uma mesa de diálogo poderiam ajudar muito mais.”
Neste contexto, Lula lembrou que, desde o início do conflito, o seu país tem afirmado que quer envolver-se apenas em esforços pacíficos e não militares destinados a resolvê-lo. “Queremos tentar negociar, tal como a Índia, que pensa assim, a China, que pensa assim”, disse, destacando que “muitos outros países pensam como o Brasil”, e por isso é muito importante que a questão da crise ucraniana não foi incluída na declaração do G20.