Manifestação no Rio reúne milhares de apoiadores de Bolsonaro na praia de Copacabana vídeo
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizaram um ato na praia de Copacabana, localizada na Zona Sul do Rio de Janeiro, na manhã deste domingo (16), com o objetivo de solicitar a anistia para aqueles que participaram dos ataques ocorridos em 8 de janeiro de 2023.
A manifestação foi organizada pelo pastor evangélico Silas Malafaia e contou com a presença de diversas figuras políticas, incluindo o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) e os governadores Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, e Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo. Também estiveram presentes personalidades como o líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), os filhos de Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), além do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.
O principal objetivo do evento foi clamar por “anistia” para aqueles que foram condenados por sua participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 em Brasília, quando milhares de apoiadores de Bolsonaro invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e a sede do Supremo Tribunal Federal (STF), apenas uma semana após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Enquanto a música “Baile de favela” tocava, o ex-presidente foi apresentado pelo pastor Silas Malafaia, que o saudou diante do público. A manifestação bloqueou um trecho da Avenida Atlântica, entre as ruas Barão de Ipanema e Xavier da Silveira. A maioria dos apoiadores do ex-presidente vestia camisas amarelas e segurava cartazes pedindo anistia.
No palco, um cartaz exibia a imagem do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o punho erguido, em referência ao ataque que sofreu em julho durante sua campanha eleitoral na Pensilvânia.
O discurso de Bolsonaro
Durante seu discurso no ato realizado na manhã deste domingo (16) na Praia de Copacabana, Jair Bolsonaro declarou que não possui “obsessão pelo poder, mas sim amor pelo Brasil”. Ele também afirmou que “não deixará o Brasil” e que sua situação será um problema “preso ou morto”. O evento reiterou o pedido de anistia para os envolvidos nos incidentes.
O ex-presidente criticou o ministro do STF, Alexandre de Moraes, afirmando que ele exerceu uma “mão pesada” contra o PL durante as eleições de 2022.

“Houve, de fato, uma intervenção severa por parte de Alexandre de Moraes nas eleições de 2022. Por exemplo, eu não podia exibir imagens do Lula defendendo o aborto, nem mostrar o Lula falando sobre celulares e afirmando que isso era para tomar uma cervejinha, tampouco podia apresentar imagens do Lula ao lado de ditadores de diversas partes do mundo”, declarou.
Bolsonaro também questionou a veracidade da sua derrota nas urnas e mencionou o inquérito sigiloso do Supremo, que resultou em sua inelegibilidade até 2030, quando foi apresentado a embaixadores em uma reunião no Palácio da Alvorada.
“Nosso governo cumpriu sua função. Por que perdemos a eleição? Por que perdemos a eleição? Será que a resposta está no inquérito 1.361, que permanece secreto até hoje?”, indagou o capitão reformado. Durante seu discurso, o ex-presidente afirmou que não possui “obsessão pelo poder, mas sim amor pelo Brasil”. Ele também declarou que “não deixará o Brasil” e que será um problema “preso ou morto”.
“Não vou sair do Brasil. Minha vida seria muito mais tranquila se eu estivesse ao lado deles. Mas optei pelo meu povo brasileiro. Tenho paixão pelo Brasil”, afirmou. “Serei um problema para eles, preso ou morto. Contudo, mantenho acesa a chama da esperança e da libertação do nosso povo”, acrescentou.

Bolsonaro salvou o Brasil do Comunismo
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) iniciou seu discurso na manifestação em apoio a Bolsonaro, realizada neste domingo (16/3) em Copacabana, Rio de Janeiro, solicitando uma salva de palmas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e afirmando que ele “salvou o Brasil do comunismo”. “O meu, o seu, o nosso presidente, afirmou”, disse ele.
Durante sua fala, o parlamentar mineiro defendeu o projeto de lei que propõe anistia aos condenados pelos eventos de 8 de janeiro de 2023, alinhando-se ao tom dos demais oradores que apoiaram o ex-presidente. Nikolas expressou sua tristeza em relação às pessoas que estão cumprindo pena por crimes que, segundo ele, são de menor gravidade. “Depredou uma estátua com batom? 17 anos de prisão”, comentou.
Nikolas também mencionou Cleriston Pereira da Cunha, conhecido como “Clezão”, que faleceu após um infarto enquanto estava preso preventivamente em decorrência dos ataques golpistas. “Pense no que o STF (Supremo Tribunal Federal) fez com a vida da família do Clezão. Eles não apenas tiraram a vida dele, mas também roubaram a oportunidade de sua filha apresentar o neto ao avô”, afirmou.
Em uma crítica ao Supremo e ao ministro Alexandre de Moraes, Nikolas destacou que o magistrado não possui o voto dos brasileiros, mas “decide sobre a vida das pessoas”. “O caso do ‘Clezão’, infelizmente, é irreversível, mas há atualmente pessoas presas injustamente que também estão perdendo momentos preciosos como os nossos”, acrescentou.
Eleições de 2026
Durante o evento, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, expressou sua convicção de que o ex-chefe do Executivo será candidato à Presidência em 2026. O ex-presidente foi declarado inelegível até 2030 por questionar a confiabilidade do sistema de urnas eletrônicas do Brasil, mas espera que sua condenação seja anulada ou que a pena seja reduzida, permitindo sua candidatura a um segundo mandato presidencial. “Vocês transformaram o PL no maior partido do Brasil. (…) Tenho fé de que Bolsonaro será candidato a presidente novamente”, concluiu.
Malafaia ataca STF
O pastor evangélico Silas Malafaia, um dos organizadores do ato do ex-presidente, chamou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) de “ditador”. Segundo Malafaia, que é um dos primeiros aliados de Bolsonaro, o Brasil enfrenta uma “perseguição política” sem precedentes.
“Ele é um ditador que está ultrapassando todas as leis do nosso país. Estamos vivenciando uma verdadeira perseguição política como nunca antes na história do Brasil”, afirmou. Este não é o primeiro ataque do líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo
O governador do Estado do Rio de Janeiro, Claudio Castro, destacou que o líder da direita se apresentará como candidato e enfatizou a contribuição do Rio de Janeiro para os votos recebidos por Bolsonaro. “Vivemos em um país composto por 26 estados e o Distrito Federal. O Rio de Janeiro forneceu quase 6,0% dos votos válidos nas últimas eleições”, declarou.
Castro também entoou a frase “eu não errei” e afirmou: “O povo do Rio de Janeiro, Bolsonaro, não errou. O único candidato para 2026 será Jair Messias Bolsonaro”. Ele concluiu ressaltando que “o Brasil necessita de um projeto político voltado para as pessoas, e não para pequenos grupos”.
Tarcísio crítica inelegibilidade de Bolsonaro
Por sua vez, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), criticou a inelegibilidade de Bolsonaro imposta pela Justiça. “Qual é a razão para afastar Jair Messias Bolsonaro das urnas? É medo de perder a eleição, pois eles sabem que vão perder”, afirmou.
Tarcísio expressou confiança na vitória, afirmando: “Nós vamos libertar essas pessoas. Vamos libertar o Brasil da esquerda, que tanto prejudica o país”. Ele argumentou que o governo teme perder para Bolsonaro, o que justifica o interesse em mantê-lo fora das eleições. O governador defendeu que a oposição irá pautar e aprovar um projeto de anistia para aqueles condenados pelos eventos de 8 de janeiro.
“Os indivíduos que assaltaram o Brasil e a Petrobras retornaram à política, foram reabilitados. Isso é justo? Existe equidade nisso? Portanto, é correto garantir a anistia para os inocentes que nada fizeram. E nós vamos lutar por isso. Vamos assegurar que esse projeto seja discutido e aprovado. Quero ver quem terá coragem de votar contra. Tenham certeza de que conseguiremos os votos”, concluiu.
A Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMRJ) calculou que aproximadamente 400 mil pessoas participaram do evento organizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro na capital fluminense.
Em uma publicação na rede social X, a PMRJ informou que monitorou a manifestação, destacando que o 19º Batalhão de Polícia Militar (19BPM) atuou em conjunto com o Comando de Operações Especiais (COE) e o 1º Comando de Policiamento de Área (1CPA) durante o evento. A postagem também ressaltou que não foram registradas ocorrências.
