Metade dos pacientes recuperados do Coronavírus sofrem fadiga persistente
A prevalência do cansaço extremo e prolongado em pacientes pós-Covid é investigada em novo estudo publicado no repositório de pré-impressão medRxiv.
Mais da metade dos estudados sofreu fadiga significativa após recuperação da doença, independentemente da gravidade.
Os resultados ainda não passaram pelo processo de revisão por pares, mas destacam a necessidade de acompanhamento suficiente de pacientes em recuperação.
Além de uma investigação adicional para aqueles que sofrem de síndrome pós-Covid para compreendermos as origens.
Consequências pós-Covid
As características de apresentação da infecção por SARS-CoV-2 tem sido bem visadas, mas as consequências de médio e longo prazo permanecem inexploradas, disse o Dr. Liam Townsend, do St James’s Hospital e Trinity Translational Medicine Institute, em um comunicado.

Como a pandemia global de Covid-19 continua a crescer em todo o mundo, o número de pacientes em recuperação e também com problemas pós-infecção também está crescendo.
Um dos sintomas comum em pessoas que apresentam a infecção sintomática por Covid-19 é a fadiga.
Mas o estudo analisou 128 pacientes monitorados pelo St James’s Hospital, na Irlanda, para verificar como os pacientes de gravidade variável da Covid-19 lidaram nas semanas após sua recuperação, pós-Covid.
Seus resultados mostram que 52% dos pacientes relataram fadiga persistente em uma avaliação de 10 semanas após sua “recuperação clínica” da Covid-19, independentemente de quão mal eles estavam enquanto infectados.
Verificou-se que a hospitalização durante a doença ativa não tinha significado no risco de desenvolvimento da fadiga em um paciente.
Ainda mais, a ameaça que os sintomas persistentes representam para pacientes de todas as idades e níveis de risco foi destacada.
Síndrome da fadiga crônica
Do mesmo modo, a pesquisa não está sozinha nessa ligação entre o coronavírus e os sintomas de fadiga em curso. Agora existem trabalhos que investigam os efeitos e a incidência do que alguns chamam de “Covid longo” para descrever os sintomas que permanecem após o estágio ativo da doença.
O coronavírus não é a primeira doença contagiosa a ser associada ao cansaço contínuo e debilitante.
Ele entra na lista juntamente com doenças como a pneumonia e febre glandular que são consideradas gatilhos para uma condição chamada síndrome da fadiga crônica, uma doença de longa duração com uma ampla gama de sintomas.
A característica comum é o cansaço extremo. Também é conhecido como encefalomielite miálgica, embora sua legitimidade seja questionada às vezes pelos médicos.
Enfim, o resultado publicado na medRxiv demonstra uma carga significativa de fadiga pós viral em indivíduos com infecção prévia de SARS-CoV-2 após a fase aguda da doença Covid-19.
Avaliação de pacientes em recuperação
Este estudo destaca a importância de avaliar os pacientes pós-Covid e em recuperação com sintomas de fadiga severa, mesmo que a doença inicial tenha se manifestado sem gravidade.
Logo, não houve associação entre a gravidade do Covid-19 (necessidade de internação, oxigênio suplementar ou cuidados intensivos) e a fadiga após a Covid-19.
Pode identificar também um grupo digno de um estudo mais aprofundado para intervenção precoce.