Milei detona a Agenda 2030 em discurso inflamado na Assembleia Geral da ONU

Compartilhe

O presidente da Argentina, Javier Milei, discursou esta terça-feira no debate geral da 79.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), na sede em Nova Iorque, EUA.

O líder libertário rejeitou a Agenda 2030 durante o seu discurso e questionou uma suposta mudança da ONU nos últimos anos. Segundo o chefe de Estado argentino, a ONU deixou de ser uma organização que “buscava a paz para se tornar uma organização que impõe uma agenda ideológica aos seus membros sobre questões intermináveis”.

“Este é o meu primeiro discurso. Quero alertar sobre o perigo de esta organização falhar na sua missão original. Venho dizer ao mundo o que acontecerá se a ONU continuar a promover políticas coletivistas no âmbito da agenda 2030”, declarou Milei durante seu discurso. 

O presidente da Argentina descreveu o pacto das Nações Unidas como “um programa governamental supranacional de natureza socialista, que visa resolver os problemas da modernidade com soluções que ameaçam a soberania, o direito à vida e a liberdade das pessoas”.

Ao contrário da maioria dos países membros, Javier Milei propôs a criação de uma nova agenda, “a agenda da liberdade”.  

“A Argentina não apoiará nenhuma política que implique a restrição das liberdades individuais, do comércio ou a violação dos direitos naturais dos indivíduos. Não importa quem a promova ou quanto consenso essa instituição tenha”, afirmou. 

E continuou: “A dada altura, como costuma acontecer com a maior parte 
das estruturas burocráticas que os homens criam, esta organização deixou de salvaguardar os princípios da sua fundação e começou a sofrer mutações. Estado-nação tem que fazer e como os cidadãos do mundo deveriam viver. 

De acordo com Milei, nos últimos tempos a ONU não tem estado devidamente envolvida na colaboração na resolução de conflitos de guerra e, em vez disso, tem investido tempo “em dizer aos países pobres como devem produzir, com o que se relacionar, o que devem comer e em que “eles devem acreditar, como dita este Pacto Futuro 2045”. “A ONU perdeu credibilidade junto aos cidadãos”, disse ele. 

Fim da “neutralidade histórica”

Por outro lado, Milei anunciou que a Argentina abandonará a posição de “neutralidade histórica” que a caracterizava e a partir de agora estará “na vanguarda da luta em defesa da liberdade”.  

O líder argentino afirmou que a ONU “votou sistematicamente contra o Estado de Israel”, que é o “único país do Médio Oriente” que “defende a democracia liberal”.

Pacto Futuro

O presidente será um dos poucos chefes de Estado que não assinará o Pacto Futuro, o acordo global da ONU apoiado por 193 países, e que estabelece 56 ações para enfrentar os “maiores desafios da época”.

Entre as propostas incluídas no pacto destacam-se a manutenção da paz, as alterações climáticas e as potenciais ameaças da inteligência artificial (IA). 

A chanceler argentina, Diana. Mondino,  anunciou domingo, durante o primeiro dia da Assembleia, que seu país não fará parte do acordo porque “muitos dos pontos deste pacto com seus anexos apresentam reservas e objeções ou são atrasos na a nova agenda.” da Argentina”.

A nação sul-americana também não aderirá à Agenda 2045, a nova versão da Agenda 2030, o compromisso global para alcançar o desenvolvimento sustentável.

Mondino garantiu em sua conta na rede social X que a Argentina “quer ter asas para o seu desenvolvimento, sem estar sujeita a um peso indevido de decisões fora dos nossos objetivos”.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

www.clmbrasil.com.br