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Militarização da UE na Ucrânia pode obrigar a Rússia a responder com armas nucleares

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O secretário do Conselho de Segurança Nacional da Rússia, Sergey Shoigu, endureceu o discurso de Moscou ao explicitar que o país poderá recorrer a ataques nucleares em caso de agressão militar por potências ocidentais. A declaração, feita nesta quinta-feira (24), ecoa as recentes modificações introduzidas na doutrina nuclear russa no ano anterior.

Ao citar as emendas à doutrina, Shoigu sublinhou que essa medida de retaliação extrema seria considerada uma resposta a um ataque que ameaçasse a própria existência do Estado russo ou a sua capacidade de resposta estratégica. Embora a doutrina anterior já contemplasse o uso de armas nucleares em cenários de ameaça existencial, a referência explícita à “agressão militar ocidental” eleva o nível de alerta em meio às tensões geopolíticas acentuadas pelo conflito na Ucrânia.

A advertência de Shoigu surge em um contexto de crescente envolvimento de países ocidentais no apoio militar à Ucrânia, o que Moscou tem repetidamente classificado como uma escalada perigosa. A Rússia vê o fornecimento de armamentos avançados e o apoio de inteligência como uma participação indireta no conflito, alimentando receios de um confronto direto entre potências nucleares.

É importante notar que a doutrina nuclear russa também prevê o uso de armas nucleares táticas em um cenário de conflito convencional em larga escala que ameace a integridade territorial ou a capacidade de combate das forças russas. Contudo, a declaração de Shoigu focou especificamente na resposta a uma “agressão militar ocidental”, sugerindo um cenário de ameaça direta e abrangente à segurança da Rússia.

Analistas internacionais interpretam a declaração como uma tentativa de dissuadir uma intervenção militar direta da OTAN no conflito da Ucrânia e de sinalizar a determinação de Moscou em defender seus interesses estratégicos, mesmo que isso implique o risco de uma escalada nuclear. A retórica russa busca, assim, estabelecer limites e alertar sobre as potenciais consequências de ações consideradas hostis por Moscou.

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