Moraes retira sigilo e justifica decisão na Operação contra empresários
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo do pedido da Polícia Federal para autorização ao cumprimento de mandados de busca e apreensão contra empresários que defenderam golpe de Estado em um grupo de WhatsApp. No documento, os investigadores apontam o elevado poder financeiro dos alvos. A solicitação da PF foi feita com base em informações divulgadas por uma reportagem, que usou diálogos de WhatsApp para apontar o apoio dos investigados a um golpe de Estado. De acordo com a publicação, as conversas ocorreram em um grupo formado pelos executivos.
Para a PF, os empresários poderiam usar da sua influência para fazer atos antidemocráticos e até mesmo mobilizar funcionários para ações contra as instituições ou coagir seus subordinados a votar no candidato escolhido por eles. Os investigadores afirmam que, sob o pretexto de “apoiar a reeleição para Presidente da República, Jair Bolsonaro”, o grupo “demonstra aderência voluntária ao mesmo modo de agir da associação especializada investigada no Inq. 4874/DF”.
O inquérito citado apura a realização de atos antidemocráticos, com o objetivo de subverter a democracia. A Polícia Federal afirma que existem indícios de que os empresários atuavam com o mesmo objetivo, de “atacar integrantes de instituições públicas, desacreditar o processo eleitoral brasileiro, reforçar o discurso de polarização; gerar animosidade dentro da própria sociedade brasileira, promovendo o descrédito dos Poderes da República, além de outros crimes”.
“Mensagens de apoio a atos violentos, ruptura do Estado democrático de direito, ataques ou ameaças contra pessoas politicamente expostas têm um grande potencial de propagação entre os apoiadores mais radicais da ideologia dita conservadora, principalmente considerando o ingrediente do poder econômico e político que envolvem as pessoas integrantes do grupo”, destaca documento da PF encaminhado ao Supremo.