Na mira da torcida do Fla, Domènec levou susto com jogadores fora de forma
Domènec Torrent foi rapidamente apresentado à famosa pressão que técnicos de times grandes sofrem no futebol brasileiros. Especialmente quando interrompida uma série vitoriosa. No vexame em Goiânia, com a derrota por 3 a 0 para o Atlético, o catalão teve grande responsabilidade, mas os jogadores tiveram uma boa parcela. A má forma física do elenco assustou o novo treinador e sua comissão técnica logo nos primeiros dias de Brasil.
Entre a estreia domingo, quando a equipe perdeu para o Atlético Mineiro no Maracanã, e a partida desta quarta-feira, ele não pôde dar mais do que um treinamento tático. O restante do tempo foi dedicado à recuperação do grupo. Algo fundamental, já que a nova comissão técnica constatou: nenhum dos jogadores estava 100% fisicamente quando eles chegaram da Espanha. O blog apurou que há um mês não se fazia registros físicos do elenco.
“Quando os jogadores foram pesados nesta semana, eles (a comissão técnica) queriam morrer”, relatou ao blog uma fonte com sotaque espanhol e de fora do Flamengo. Foram 24 dias entre o último jogo de Jorge Jesus e a estreia de seu sucessor. A ideia de Domènec era começar com os 11 titulares do português e fazer mudanças graduais, de acordo com o ritmo da equipe ao incorporar novos movimentos, automatismos que vêm com o tempo. A alteração tática diante do Atlético ocorreu ante a dificuldade na montagem do time por causa da má forma física de muitos.
Arrascaeta não está bem, por isso saiu durante o jogo de domingo e ficou no banco em Goiás. Rafinha ainda sente um desconforto no tornozelo, queria jogar, mas Domènec decidiu não começar com ele para evitar uma lesão grave. A nova comissão técnica identificou os jogadores com sobrepeso e vai diagramar um trabalho especial para que eles se recuperem. Contudo, estão em competição, o ideal seria uma pré-temporada, mas não haverá tempo para fazer o que seria o ideal. Uma sinuca!
Mas a exemplo do que se viu na estreia do catalão, ele parece não conhecer bem seus novos atletas. Ao deslocar Rodrigo Caio para a lateral-direita, mexeu em duas posições, com a entrada de Gustavo Henrique ao lado de Leo Pereira e perdeu seu zagueiro mais veloz, torto no lugar de Rafinha. João Lucas ou um meio-campista ali improvisado, como Thiago Maia, evitaria a ampla desestruturação da defesa. Além disso Vitinho, à frente por aquele lado, não socorria a defesa.
Outra mudança de péssimo resultado foi o distanciamento entre Bruno Henrique e Gabigol. Sem poder contar com Arrascaeta desde o começo, seria melhor que Vitinho o substituísse na função habitual, mantendo Everton Ribeiro como o armador pela direita. Foram mais dois setores que acabaram sendo modificados. Na segunda etapa, o time ficou mais parecido com a versão de Jorge Jesus, mas as falhas técnicas, especialmente de Gabriel Barbosa, perdendo chances claras, confirmaram que os equívocos do treinador não foram a razão isolada do papelão em Goiânia.
“Jogamos depois de 24 dias, parece que estamos na pré-temporada, um ritmo muito mais baixo, os outros em um ritmo mais alto (…). Eu preciso de tempo, os jogadores precisam de tempo. Para estarem melhor fisicamente“, resumiu o técnico após a peleja, sobre a necessidade de recuperá-los atleticamente.