“Nova política fez financiamento no Nordeste crescer 20%”

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Mesmo com um Orçamento restrito para tocar o programa Casa Verde e Amarela, o secretário nacional de Habitação, Alfredo Santos, avalia ao Estadão/Broadcast que o primeiro ano da nova política produziu efeitos positivos ao impulsionar financiamentos habitacionais na Região Nordeste, antes com menor participação no programa. Segundo o secretário, a redução dos juros colocou o crédito habitacional ao alcance de 1 milhão de famílias, e uma nova mudança nos subsídios pode ampliar a mais 650 mil. Confira os principais trechos da entrevista:

Que balanço o sr. faz do primeiro ano de programa em meio às dificuldades pela restrição de Orçamento?

Os dados são bastante positivos, considerando que a MP (medida provisória que criou o Casa Verde e Amarela) foi em agosto de 2020 e transformada em lei em janeiro deste ano. Nesse período, avanços aconteceram. O primeiro é justamente a produção habitacional financiada. Uma das nossas propostas era ampliar a participação do programa nas regiões Norte e Nordeste. Fizemos alterações operacionais, a mais relevante delas a redução da taxa de juros, em especial no Norte Nordeste. Comparando o primeiro semestre de 2021 com o de 2020, teve evolução de 12% na contratação. No Nordeste, este número supera 20%. Isso é reflexo da política.

E como vocês vão avançar?

Durante os últimos seis meses, junto com o Ministério da Economia, a gente vem preparando uma proposta de alteração na curva dos subsídios, que complementa a capacidade de pagamento do trabalhador. Percebemos que o programa estava indo muito bem para vendas (a famílias que ganham) acima de R$ 2 mil, e a performance não estava tão boa abaixo disso. A proposta ao Conselho Curador (do FGTS) altera essa curva, melhorando a capacidade de compra das famílias. Ao mesmo tempo, considerando o incremento de custos que ocorreu na construção civil em geral, estamos propondo atualização de valores para que se mantenha a atratividade do mercado. Isso fecha o ciclo de melhorias na parte (de moradia) financiada.

O que muda na prática, tanto para o comprador quando para a indústria da construção?

Conforme aumenta o valor do subsídio, isso vai permitir que as famílias tenham menos compromisso com a entrada no valor do imóvel, que hoje é o grande dificultador. O número que nós temos é que aquela redução da taxa de juros à época abriu a possibilidade de ao redor de um milhão de famílias acessarem o programa. Se o conselho entender que nossa proposta é adequada, com alteração na curva de subsídios colocamos mais 600 mil, 650 mil famílias. Agora, não adianta se não tiver, para o mercado, um ajuste no valor de enquadramento das unidades. Desde 2017 não tem alteração. Com esse aumento absurdo de custo, começa a ficar tão apertado que as empresas podem parar de operar porque não têm margem.

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