Número de casos da Ômicron disparam no Brasil
O Brasil está passando por um pico alimentado pela variante Ômicron nas infecções por coronavírus que viu os casos, já suspeitos de serem amplamente subcontados, dobrarem em uma semana.
Na quinta-feira, os casos confirmados quase dobraram em comparação com a semana anterior, com a média móvel nos últimos sete dias subindo de mais de 63.292 na quinta-feira anterior para 97.945, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.
No entanto, especialistas acreditam que o número real é muito maior, devido à falta de testes e sistemas não confiáveis para relatórios e divulgação pública de dados.
As mortes, por sua vez, ficaram em cerca de 160 por dia, muito abaixo dos surtos anteriores no país latino-americano, que registrou regularmente mais de 3.000 mortes por dia em março de 2021. No total, mais de 620.000 pessoas morreram no Brasil após contrair COVID-19.
Apesar das indicações iniciais de que o COVID-19 causado pela variante Ômicron tem sintomas mais leves do que seus antecessores, os hospitais do país relataram cepas, pois os funcionários foram infectados e isolados após serem expostos.
“Se você não conhece um amigo que tenha o vírus no momento, significa que você não tem amigos”, disse Cesar Eduardo Fernandes, chefe da Associação Médica Brasileira (AMB), à agência de notícias Reuters.
“A situação é preocupante e é possível que alguns serviços entrem em colapso”, disse ele, acrescentando que as ausências de funcionários nos hospitais triplicaram em quatro semanas desde a onda do Ômicron.
Enquanto isso, a variante também está afetando a economia, com a Associação Nacional de Restaurantes do Brasil dizendo que 85% de seus membros estão sofrendo ausências de funcionários, com cerca de 20% da força de trabalho total fora.
As companhias aéreas Azul SA e Latam Airlines Group foram obrigadas a cancelar voos por falta de pessoal, resultando em longas filas em alguns aeroportos.
Nesta semana, para amenizar o impacto, o Ministério da Saúde reduziu o período de quarentena para pacientes assintomáticos da COVID-19 para sete dias, de 10.