OMS convoca reunião de emergência sobre aumento de casos de variola dos macacos na Europa
A mais recente disseminação do vírus da varíola dos macacos levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a convocar uma reunião de emergência, informou o jornal britânico Telegraph na sexta-feira. A doença, que normalmente está confinada a áreas florestais da África Ocidental e Central, vem se espalhando rapidamente em vários países europeus, bem como nos EUA e na Austrália desde o início de maio.
De acordo com o relatório, no alto da agenda da reunião estão os mecanismos por trás da transmissão do vírus e as possíveis estratégias de vacinação. O Dr. Mike Ryan, Diretor Executivo do Programa de Emergências de Saúde da OMS, está participando da discussão.
O jornal afirma que a OMS está analisando se as vacinas contra a varíola podem ser usadas efetivamente para combater a propagação da varíola.
Enquanto isso, o governo do Reino Unido já encomendou estoques adicionais da vacina contra a varíola, que está sendo administrada a pessoas que podem ter sido expostas à varíola, informou o Telegraph. Além das 5.000 doses que as autoridades britânicas têm em mãos no momento, um pedido foi feito para mais 20.000 injeções, de acordo com o relatório.
O secretário de Saúde do Reino Unido, Sajid Javid, disse na sexta-feira que mais 11 casos de varíola foram identificados, dobrando o número de infecções conhecidas no país.
A reportagem do jornal diz que pelo menos seis dos casos confirmados no Reino Unido foram detectados entre homens homossexuais ou bissexuais. A Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA), no entanto, esclareceu que a maioria dos casos não está relacionada.
As autoridades acreditam que o primeiro indivíduo a testar positivo para a doença na Grã-Bretanha retornou recentemente da Nigéria, afirma o jornal.
Na sexta-feira, a Alemanha confirmou seu primeiro caso de varíola, assim como a França, elevando para onze o número de países que lidam com o vírus fora das regiões africanas nas quais é endêmico, incluindo Austrália, Bélgica, Canadá, Itália, Portugal, Espanha, Suécia. , e os EUA.
As autoridades francesas revelaram que a primeira pessoa infectada ali é um homem de 29 anos sem histórico recente de viagens para áreas onde é tradicionalmente associado.
Em Portugal, cinco casos de varíola foram confirmados na área de Lisboa, com mais 15 atualmente sob investigação. Na vizinha Espanha, 23 pessoas estão sendo observadas por temores de que possam ter contraído o vírus. A Suécia e a Itália também registraram um caso cada.
Fora da Europa, a Austrália relatou na sexta-feira o primeiro caso de varíola em Melbourne em um homem que viajou recentemente para o Reino Unido, com outro caso suspeito sendo investigado atualmente em Sydney.
Na quinta-feira, as autoridades de saúde canadenses confirmaram os dois primeiros casos da doença no país, enquanto mais 17 infecções suspeitas estavam sendo investigadas na província de Quebec.
A Agência de Saúde Pública do Canadá (PHAC) divulgou um comunicado, dizendo que o país nunca havia enfrentado essa doença viral.
Na quarta-feira, um único caso de varíola foi confirmado no estado americano de Massachusetts. O departamento de saúde local disse que o homem viajou recentemente para o Canadá. As autoridades garantiram ao público que estavam tomando medidas para rastrear os contatos da pessoa infectada. De acordo com um comunicado oficial, o referido caso “não representa risco para a população, estando o indivíduo hospitalizado e em boas condições”.