Pesquisa estima que 1 milhão de pessoas engordaram em BH nos três primeiros meses da pandemia de Covid-19

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Projeção foi feita com base em um levantamento realizado em junho. O estudo teve participação de 481 moradores da cidade, que responderam a um questionário on-line.

Uma pesquisa feita pelo curso de nutrição da PUC-Minas estima que mais de 1 milhão de pessoas ganharam peso durante os três primeiros meses da pandemia em Belo Horizonte. Os resultados devem ser publicados na semana que vem.

A projeção foi feita com base em um levantamento realizado entre os dias 17 e 23 de junho. O estudo teve participação de 481 moradores da cidade, que responderam a um questionário on-line.

De acordo com a professora Marina Siqueira, que coordenou a pesquisa, entre as pessoas que mantiveram isolamento social, 52,3% ganharam peso durante o período entre março e junho.

“Verificamos que não se trata um fenômeno individual. É um fenômeno social, com implicações coletivas na saúde”, disse.

A pesquisa também traçou o perfil dos grupos em isolamento social em que mais pessoas engordaram. Em relação à faixa etária, destacam-se os belo-horizontinos entre 45 e 54 anos. Cerca de 65% deles tiveram aumento de peso. Idosos acima de 64 anos foram o que menos engordaram, apenas 8,7%.

Em relação ao sexo, foi verificado aumento de peso em 55% das mulheres e em 49,5% dos homens. A classe C foi a que teve maior percentual de ganho de peso: 60%.https://e0e0224978f0b720250e932c1a729c84.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-37/html/container.html

“Considerando a população total que engloba quem ficou em isolamento em algum momento e quem não ficou, o ganho de peso foi de 42,7%. Ou seja, a projeção é que 1.068.168 pessoas ganharam peso nos três primeiros meses da pandemia na capital mineira”, disse Marina.

Fatores que contribuíram

A professora Tatiana Rangel também participa do estudo. Segundo ela, alguns fatores podem ter contribuído para que as pessoas engordassem durante a pandemia.

“Ansiedade, incerteza do momento, em relação a emprego e vacina, por exemplo, e porque, estando em casa, o ambiente para se alimentar está mais próximo. E acredito que tem uma coisa do tédio também”, disse.

Entre as perguntas da pesquisa, estava uma que questionava se ansiedade estava mudando hábitos alimentares. E quase 49% das pessoas que fizeram isolamento responderam que estão comendo com mais frequência.

A pesquisa ainda revelou a elevação no consumo de alimentos calóricos. Das pessoas em isolamento social, 53,5% aumentaram o consumo de doces, 43,7% de quitandas — como pães, bolo, pães de queijo, e biscoitos –, 38,7% de massas — como macarrão e pizza — e 27,5% de sanduíches. Por outro lado, 76,8% ou pararam ou diminuíram as atividades físicas.

A professora Tatiana destaca que, neste momento, uma abordagem positiva é mais importante que a culpa em relação ao ganho de peso.

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