PGR denuncia Léo Índio, primo dos Bolsonaro, por 8/01
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Léo Índio, primo dos filhos mais velhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por tentativa de golpe de Estado nesta quarta-feira, 22.
Léo foi investigado na Operação Lesa Pátria, da Polícia Federal (PF), por sua participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Segundo a PGR, há evidências de que Léo “participou como incitador e executor dos atos antidemocráticos” e “concorreu dolosamente para a prática das condutas criminosas” no ataque aos Três Poderes.
Embora se descreva nas redes sociais como “sobrinho do Bolsonaro”, o parentesco de Léo com o ex-presidente é mais distante: ele é filho de uma irmã de Rogéria Nantes, a primeira esposa de Jair Bolsonaro e mãe de Flávio, Carlos e Eduardo.
Durante o governo de Jair Bolsonaro, Léo Índio tinha acesso livre aos gabinetes do Palácio do Planalto, mesmo sem ocupar um cargo oficial na Presidência. Nos primeiros 45 dias do governo Bolsonaro, Léo Índio visitou o Planalto 58 vezes, mais do que o próprio presidente, que esteve no local em 16 ocasiões entre 1º de janeiro e 14 de fevereiro de 2019.
Léo Índio nasceu em Niterói, no Rio de Janeiro, e tem 41 anos. Ele se candidatou a deputado distrital em 2022 pelo PL com o nome de urna “Léo Índio Bolsonaro”, mas obteve 1.801 votos e não foi eleito. Na ocasião, declarou não possuir bens. Em 2024, candidatou-se pelo PP a vereador de Cascavel, no interior do Paraná, declarando possuir R$ 5 mil em dinheiro. Usando o nome de urna “Léo Bolsonaro”, obteve 739 votos e novamente não foi eleito.
Entre novembro de 2006 e janeiro de 2012, trabalhou no gabinete de Flávio Bolsonaro, então deputado estadual do Rio de Janeiro, e foi alvo de quebra de sigilo bancário na investigação sobre a possível prática de “rachadinha”, que foi arquivada. Entre 2019 e 2022, ocupou cargos em comissão no Senado, primeiro no gabinete de Chico Rodrigues (então no DEM, hoje no PSB) e depois na liderança do PL. Ele deixou o gabinete de Chico Rodrigues em agosto de 2020, após um escândalo de corrupção envolvendo o senador.