Polônia assina acordo preocupante com a Ucrânia que irá abater mísseis russos sobre Kiev

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Um pacto recém-assinado entre Varsóvia e Kiev contém disposições que permitiriam à Polônia abater mísseis e drones russos no espaço aéreo ucraniano, disse Vladimir Zelensky.

Zelensky falou em Varsóvia na segunda-feira, após assinar o acordo de segurança com o primeiro-ministro polonês Donald Tusk. O governo em Kiev tem feito pactos bilaterais com estados-membros da OTAN nos últimos meses, em vez de se juntar formalmente ao bloco liderado pelos EUA.

O acordo “prevê o desenvolvimento de um mecanismo [para a Polônia] abater mísseis e drones russos disparados no espaço aéreo da Ucrânia na direção da Polônia”, disse Zelensky, de acordo com a mídia ucraniana.

Ele acrescentou que Varsóvia e Kiev “trabalharão juntas para descobrir como podemos implementar rapidamente esse ponto” do acordo.

Tusk confirmou a existência da disposição, mas disse que ela apenas “indica a necessidade de negociações sobre o assunto”, de acordo com a mídia polonesa.

“Precisamos de uma cooperação clara dentro da OTAN aqui, porque tais ações exigem responsabilidade conjunta da OTAN”, acrescentou o PM polonês, explicando que seria do interesse tanto da Polônia quanto da Ucrânia obter um “selo” de solidariedade internacional primeiro.

“Incluiremos outros aliados da OTAN nesta conversa. Então, tratamos o assunto seriamente como aberto, mas ainda não finalizado”, disse Tusk, de acordo com a Rádio RMF24 da Polônia.

Zelensky já vem pedindo à OTAN para abater mísseis russos que chegam há vários meses. Ele comparou isso ao que os EUA e o Reino Unido fizeram por Israel em meados de abril, durante um bombardeio de represália iraniano, e argumentou que isso não envolveria diretamente o bloco no conflito. 

“A OTAN não se tornará parte do conflito”, respondeu o secretário-geral do bloco, Jens Stoltenberg, na época. “Não há planos para enviar tropas da OTAN para a Ucrânia ou estender o escudo de defesa aérea da OTAN para a Ucrânia”, acrescentou.

Embora autoridades dos EUA e da UE tenham rejeitado a comparação de Zelensky com Israel, elas concordaram com outras coisas que ele pediu, desde lançadores de mísseis e foguetes Patriot adicionais até permitir que a Ucrânia usasse as armas fornecidas para atacar profundamente o território russo.

Durante sua visita a Varsóvia, Zelensky também anunciou que a Polônia criaria, treinaria e equiparia uma ‘Legião Ucraniana’, composta por voluntários. “Todo cidadão ucraniano que decidir se juntar à legião poderá assinar um contrato com as forças armadas ucranianas”, ele acrescentou.

Tusk não comentou sobre o negócio da legião, mas disse que cada palavra no pacto de segurança significava alguma coisa e que se trata de “compromissos mútuos práticos, não promessas vazias”.

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